Resenha: O Tempo do Desprezo por Andrzej Sapkowski

Se o jogo não for seu, adapte-se as ações dos outros. Rapidamente!

Título: O Tempo do Desprezo
Série: Geralt de Rívia - The Witcher #4
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Ano: 2014
Páginas: 358
Onde comprar: Amazon | Submarino | Americanas
Sinopse: Geralt lutou contra monstros e demônios por todo o país, mas até ele pode não estar preparado para o que está acontecendo com seu mundo. Há intrigas, divergências e rebeliões por todo lado. Os Elfos e outros seres não humanos vivem sob repressão há décadas. Os Magos brigam uns com os outros, alguns a soldo dos reis, outros simpatizantes dos elfos.E, nesse cenário de medo e desprezo, Geralt e sua amante Yennefer precisam proteger Ciri, herdeira órfã e procurada por todos os lados. Ela tem o poder de salvar o mundo ou, talvez, acabar com ele.


Bom dia, boa tarde e buenas noches, nobres marujos! Continuando a saga do nosso bruxão: peguem suas espadas de ferro de meteorito, afivelem suas botas e não esqueçam o seu amuleto nessa resenha. Vem comigo! (;

Até agora tivemos dois livros de contos introduzindo os personagens e o terceiro livro começando a montar o tabuleiro narrativa, mas no Tempo do Desprezo os eventos ganham um ritmo alucinante.

Uma das coisas incríveis da escrita de Sapkowski é a capacidade de mostrar panoramas sociais a partir de diferentes perspectivas. Através de personagens simples, como estafetas, intendentes e cozinheiros, a narrativa vai amarrando os fios soltos e te mostrando as consequências da guerra entre os reinos do Continente.

A confiança entre os feiticeiros e os reis fora quebrada. Os Quatro Reinos agem em conjunto para deter o Império de Nilfgaard que avança sobre o Norte impiedosamente deixando um rastro de cinzas, sangue de destruição por onde passam. Ao mesmo tempo que os Scoia'tael perpassam os reinos com seus arcos de 60 libras e seus machados rápidos em uma guerra civil sangrenta em busca de liberdade ao inumanos. 

Algo está suspenso no ar.

Inicialmente a trama divide-se em duas vertentes: Yennefer lida com seu plano de proteger Ciri percebendo que a mesma estará mais segura se matriculada na Escola de Magia para jovens feiticeiras de Aretusa na Ilha de Thanedd; já Geralt procura saber mais sobre o passado e ir ao encalço dos perseguidores de Ciri visitando os investigadores particulares Codringher e Fenn. 

Arte por Denis Gordeev.
No banquete na Ilha de Thanedd você será apresentado pelos olhos de Geralt a uma sequência de feiticeiros dos mais diversos nomes e calibres tendo apenas em comum a arrogância depravada sem precedentes e a ambição de poder em proporções hercúleas.

Você conhecerá o Capítulo do Feiticeiros que é constituído por: Gerhart de Aelle, o feiticeiro mais antigo da Ordem; Tissaia de Vries, Francesca Findabair, a Margarida dos Vales; Vilgefortz de Roggeveen; e Artaud Terranova. Completando a sociedade temos o Conselho Supremo formado por: Fercart de Cidaris; Radcliffe de Oxenfurt; Carduin de Lan Exeter; Filippa Eilhart; e a nossa conhecida Yennefer de Vengerberg.

São muitos nomes? São! Mas cada um desses terá papel nos eventos que se sucederão, de uma forma ou de outra. Pois algo está suspenso no ar e o clima iminente de traição solidifica o ar dentro dos pulmões de todos quando um Golpe de Estado é montado na surdina da noite modificando e transformando o destino de todos. 

A partir desse momento é desencadeada uma sucessão frenética de eventos nessa noite escarlate. Os tinidos de ossos quebrados, gritos de agonia e explosões mágicas preencham o ar noturno mudando a vida de todos, separando novamente Ciri de Geralt e Yennefer.

Arte por Karolina Ostrowska
O último terço do livro será te fazendo suar mostrando como Ciri teve que transformar-se em uma verdadeira sobrevivente colocando em prática tudo que aprendeu em Kaer Morhen e com Yennefer em suas aulas de magia no Templo de Melitele. Aconselho ler essa parte tomando um enorme copo de água pois as descrições de Sapkowski faz do deserto de Korath são se secar a gargante de qualquer um.

A forma sagaz como ele descreve o sofrimento e a solidão fronte a persistência em manter-se vivo em um ambiente totalmente inóspito e sem perspectiva é de tirar o fôlego e a sanidade de qualquer um.

Nesse livro você vai saber que:
- A importância entre uma cabeça de ouro e um traseiro de ferro;
- Não existe neutralidade;
- Quem fica só acaba morrendo;
- Se uma coisa é difícil de fazer, sempre cobre o dobro por ela;
- Faltam bons intendentes;
- Tolos escrúpulos e inexequíveis princípios mudam a história;
- O poder da pena é mais forte que o poder da espada;
- Não se pode ganhar todas.

Veredicto: trata-se de um livro com um ritmo muito melhor do que os seus predecessores. Mantendo você colocado nas páginas durante toda a jornada de Ciri. Aqui temos um Geralt mais participativo nas decisões da roda do destino. Ou seja, espere muito mais por combates de espadas, membros decepados das mais diversas maneiras e um bruxo ensandecido por respostas. Vale releitura fácil, fácil!

É isso aí. Comenta aí embaixo o que você achou desse livríneo e até a próxima! :D

A Natureza não conhece o conceito de filosofia, Geralt de Rívia. Filosofia é o nome que damos às lastimosas e ridículas tentativas dos seres humanos e compreender a Natureza. Entendemos, também por filosofia os resultados de tais tentativas. É como se uma beterraba procurasse as razões e os efeitos de sua existência, chamando o resultado de suas reflexões de eterno e secreto Conflito de Bulbo com Rama, e reconhecesse a chuva como a Insondável Força Criadora. Nós, feiticeiros, não perdemos tempo em tentativas de adivinhar em que consiste a Natureza. Sabemos o que ela é porque nós mesmos somos a própria Natureza. - Pág. 149

--- Juão Lucas ---

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