Resenha: Uma Noite Como Esta por Julia Quinn

Depois de ter lido o maravilhoso "Simplesmente o Paraíso", não me contive e peguei na estante o livro "Uma Noite Como Esta" e olha, eu não poderia ter ficado ainda mais apaixonada por essa série, mas acho que fiquei.

Título: Uma Noite Como Esta
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 272
Onde comprar: Amazon | Saraiva | Submarino
Daniel Smythe-Smith passou três anos exilado na Itália depois de um duelo com seu amigo, o gênio matemático Hugh Prentice, e quase o fez perder uma perna. Com isso o pai de Hugh, Lorde Ramsgate, o ameaçou dizendo que se ele não saísse do país seria morto, mas um dia ele recebe a visita de seu amigo, que o libera para voltar à Inglaterra... Ele volta justamente no dia da apresentação do Quarteto, mas encontra uma pessoa diferente ao piano (já que sua prima Sarah fingiu estar doente para não participar, Anne Wynter, a governanta das irmãs dela a substituiu), ao olhar para ela, ele fica encantado e, ao final da tortura apresentação ele corre para encontrá-la. Ao vê-la, não resiste e a beija, mesmo sem conhecê-la direito e ela, depois de um tempo escapa dele e se esconde. Por falar em se esconder, Anne Wynter (ou melhor, Annelise Shawcross) esconde seu passado de todos, pois ela teve que se afastar de sua família, após ser enganada e humilhada por seu amado, que prometeu se casar com ela, sendo que na verdade já estava comprometido com uma mulher mais rica. Além de ter perdido a virgindade, o que já era terrível, ainda leva toda a culpa pelo que aconteceu, e por isso, ela não pode mais ter contato com a família e ela é levada para viver como governanta numa residência na Ilha de Man. Depois de um tempo, Anne foi contratada para cuidar das meninas Pleinsworth, primas de Daniel. E apesar da tentativa de manter seu passado oculto, a Lady Pleinsworth desconfiava que ela era de origem nobre e tinha motivos para negar sua criação. Daniel, ao saber que Anne é a governanta de suas primas, resolve ir sempre à casa Pleinsworth sob o pretexto de vê-las, e sempre ia passear com elas, porque sabia que ela iria junto. E, com isso eles vão ficando cada vez mais apaixonados, mesmo que ela não adimita. Mas, o que ele não sabe, é que os segredos de Anne, vão além do tipo de criação que teve, e que agora, mais do que nunca, precisará conhecer o seu passado, pois ambos estão correndo perigo, e, desta vez, não tem nada a ver com o Lorde Ramsgate ou o duelo.

Apesar de ser um conde, Daniel Smythe-Smith não escapou do vexame social tampouco da ameaça de morte que seguiu após ter baleado o seu até então amigo, Hugh Prentice, em um duelo. Depois de ter vivido três anos fora do país com medo de ser assassinado pelos seus algozes, ele recebe uma carta de Hugh prometendo que se ele voltasse para Londres nada iria lhe acontecer. Acreditando no homem que um dia chamou de amigo, ele retorna para casa especialmente no dia em que estava acontecendo o tradicional concerto musical da família. Mas para a sua surpresa, quando olha para o palco encontra uma dama que definitivamente não era uma prima sua. Curioso com a sua presença no evento, ele promete para si mesmo que vai descobrir quem era aquela mulher tão bela, mas isso acaba ficando em segundo plano quando flagra seu melhor amigo Marcus beijando a sua irmã Honoria. Após uma troca de socos e chutes em que tudo fica esclarecido, ele é cuidado por ninguém menos que a dama misteriosa que lhe parecia cada vez mais encantadora.

Anne Wynter possui mais segredos e mais motivos para temer do que gostaria. Quando vê aquele homem por trás da cortina lhe espiando, seu coração se sobressaltou e temeu por sua vida. Depois de tanto tempo se escondendo e tentando não chamar atenção indevida, parecia que o momento da vingança de um homem de seu passado havia finalmente chegado. Desesperada para sair dali, ela tenta sair discretamente da casa, mas é impedida pelo homem que estava observando-a e que lhe beija com um intimidade aterradora. Sendo abandonada no minuto seguinte, logo depois ela escuta os sons de uma briga e fica esperando o momento ideal para escapar. Depois do silêncio chegar, ela sai e encontra aquele homem caído no chão, sem conseguir deixá-lo ali sem cuidados, ela vai até ele e se surpreende ao descobrir de que ele era ninguém menos que Daniel Smyth-Smith, o primo de suas pupilas. Consciente de que o seu envolvimento com ele era extremamente inapropriado, ela decidi colocar um ponto final naquilo tudo, mas o conde parece não estar disposto em abrir mão dela com facilidade.

Se em "Simplesmente o Paraíso" temos uma história de amor que já está pronta para acontecer, em "Uma Noite Como Esta" tudo acontece a partir de uma troca de olhares muito sutil que desperta sentimentos indeléveis. Se na maioria das histórias do gênero vemos uma mulher apaixonada disposta a fazer tudo para ficar com o homem que ama, neste livro é o inverso que acontece. Após um longo período de exílio, Daniel retorna a Londres disposto a refazer a sua vida e aproveitar o tempo ao lado de sua família, ele não esperava se apaixonar, mas é exatamente o que acontece quando conhece Anne. Ela que é uma mulher extremamente reservada, resiste a todo momento em ceder ao que sente quando está perto de Daniel, mas com o passar do tempo isso acaba sendo algo mais forte que ela e ela passa a ter que fazer a difícil escolha de se manter longe dele a colocá-lo em perigo. Entretanto, o nosso herói não aceita que a sua amada se afaste e luta bravamente para fazê-la confessar os seus medos.

Conseguindo ser ainda mais apaixonante que a primeira história da série o "Quarteto Smythe-Smith", neste livro vemos não só um empolgante jogo de sedução em que a mocinha resiste bravamente para não ceder aos encantos do belo Daniel, somos conduzidos por mistérios intrigantes a respeito do passado de Anne. Eu amei esse suspense pois deu um tom todo especial ao livro e me deixou ainda mais ansiosa para alcançar o seu desfecho. Cronologicamente, essa história se passa simultaneamente com a de Honoria e assim como aconteceu em "Simplesmente o Paraíso" temos diversas situações de flashback. Isso ocorre em grande parte porque temos dois protagonistas com um passado nebuloso e que mesmo tentando bravamente se afastar de tudo o que já aconteceu, são levados uma e outra vez de volta ao mesmo ponto. Não vi isso como um castigo para os personagens, mas sim como uma forma libertá-los para sempre daquilo que os machucavam.

E quando tudo se encaixa é possível perceber o poder da escrita de Quinn. Ela consegue desnudar os seus personagens de tal maneira que mesmo que você já tenha lido milhares de livros do gênero, sempre conseguirá se envolver e se emocionar com o que ela tem para contar. Pode até parecer uma exagero dizer isso, mas até agora essa série tem despertado mais sentimentos de borboletas no estômago em mim do que "Os Bridgertons". Como sei que muitos de vocês reviraram os olhos para mim nesse instante, convido cada um a se aventurar nas páginas que narram a vida, os amores e as peripécias dessa família tão peculiar. Mal posso esperar para ler todos os livros e torcer para que tenhamos algum extra depois de tudo, afinal, a saudade certamente será uma certeza depois de acompanhar os Smythe-Smith.

- Não ficarei satisfeito com nada menos do que tudo - sussurrou Daniel. - Temo que você vá ter que se casar comigo. Pág. 219

--- Isabelle Vitorino ---

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