Resenha: A Estrada da Noite por Joe Hill

Coloque Metallica e aumente o volume ao máximo!

Título: A Estrada da Noite
Autor: Joe Hill
Editora: Arqueiro
Ano: 2007
Páginas: 256
Onde comprar: AmazonCultura | Submarino | Saraiva
Jude Coyne, uma lenda do rock que coleciona objetos macabros, descobre que um estranho leilão na internet. Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um. Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora. O espírito parece estar em todos os lugares. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar.

Nobres bacharéis, esse é o tipo de livro que deveria vir com uma playlist para acompanhar. Afinal, nada mais adequado para acompanhar um astro do rock do que música alta, carros antigos, drogas psicoativas, mulheres góticas e fantasmas vingativos.

Estou falando de Judas Coyne, um astro do rock aficionado em colecionar o mais diversos objetos macabros, como: um crânio de um camponês do século XVI, uma laço utilizado em um enforcamento na Inglaterra na virada do século, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás e uma fita snuff. Até que seu assistente encontra em um leilão virtual um terno acusado de ser assombrado por um fantasma, não satisfeito com sua coleção particular, Jude arremata e adquire a vestimenta.

O rockstar te leva em uma viagem que envolve esoterismo, espíritos malignos e tabuleiros ouijas com rumo a estrada da noite e atrás de pôr fim a esse inferno na terra que virou sua vida.

Porém o que deveria ser apenas mais um item da coleção torna-se um risco para Jude e para todos que convivem com o astro do rock. Afinal, o fantasma de Craddock começa a distorcer a vida do músico, rompendo a linha tênue entre o que é realidade e o que é ilusão.


Não espere grandes mistérios, não haverá. Toda a história se passa como se fosse um grande trailer de filme, sem muitas nuances, segredos ou variações.

Não sei se fragmentei demais a leitura deste livro, mas tive a sensação dele não ter nada de assustador, talvez de algumas páginas sejam derramadas algumas doses de brutalidade, violência e até suicídio, ainda assim nada próximo do que eu esperava em relação ao terror.

A trama é bem leve e trata bem das relações de Judas com suas ex namoradas e consigo mesmo, dando uma visão intimista do seu passado e deixando a corrida fantasmagórica meio como segundo plano apenas de ponto de partida da jornada.

O livro te põe a visão de Judas sobre o mundo que o cerca com um sentimento de remorso e um cheiro de uísque. Tudo é meio violento e triste ao mesmo tempo, seja em seu relacionamento com suas amantes ou com seu passado de dias breves e noites intermináveis. Onde passa um sentimento de estar sempre enxergando os eventos através de óculos escuros, apagando o brilho de todos os momentos felizes que já vivera.

A presença do Velho Caddrock é o combustível de sua jornada. É através dela que todos os acontecimentos são desenrolados, inibindo qualquer autonomia de Judas Coyne e de sua namorada. É uma leitura simples e de ritmo moderado. Uma ótima companhia para um final de semana de inverno. 

Agora, com um pouco de sorte, ele e o pai podiam morrer no mesmo dia. Poderiam caminhar juntos pela estrada da noite. Pág. 176

--- Juão Lucas ---

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