Resenha: A Caminho do Altar por Julia Quinn

Depois de ter me decepcionado com "Um Beijo Inesquecível" eu estava com muito medo do que encontraria no último livro da série "Os Bridgertons". O resultado disso foi a minha protelação quase que infinita para iniciar a leitura, entretanto, como se trata de Julia Quinn eu não poderia deixar de dar uma chance para a história e foi justamente o que eu fiz...

Título: A Caminho do Altar
Série: Os Bridgertons #8
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano: 2016
Páginas: 320
Onde comprar: Amazon |Saraiva | Submarino
Ao contrário da maioria de seus amigos, Gregory Bridgerton sempre acreditou no amor. Não podia ser diferente: seus pais se adoravam e seus sete irmãos se casaram apaixonados. Por isso, o jovem tem certeza de que também encontrará a mulher que foi feita para ele e que a reconhecerá assim que a vir. E é exatamente isso que acontece. O problema é que Hermione Watson está encantada por outro homem e não lhe dá a menor atenção. Para sorte de Gregory, porém, Lucinda Abernathy considera o pretendente da melhor amiga um péssimo partido e se oferece para ajudar o romântico Bridgerton a conquistá-la. Mas tudo começa a mudar quando quem se apaixona por ele é Lucy, que já foi prometida pelo tio a um homem que mal conhece. Agora, será que Gregory perceberá a tempo que ela, com seu humor inteligente e seu sorriso luminoso, é a mulher ideal para ele? A caminho do altar, oitavo livro da série Os Bridgertons, é uma história sobre encontros, desencontros e esperança no amor. De forma leve e revigorante, Julia Quinn nos mostra que tudo o que imaginamos sobre paixão à primeira vista é verdade – só precisamos saber onde buscá-la.


Gregory Bridgerton era um dos filhos mais novos de Violet e talvez por isso, sempre se sentiu impelido a se apaixonar perdidamente. Em uma sociedade repleta de casamentos por conveniência, ver de perto todos os seus irmãos encontrarem o verdadeiro amor, fazia com que ele se sentisse especialmente inspirado em olhar para uma mulher e ter a certeza de que era ela a futura mãe de seus filhos e a pessoa que acordaria ao seu lado por toda a vida. E depois de muito esperar, isso realmente aconteceu, só que as coisas não foram conforme ele esperava... O êxtase total e a completa devoção desencadeada já no primeiro olhar não surtiu nenhum feito na mulher e parecia ter atingido somente a ele. Ele não era capaz de entender o porquê aquilo não a afetava, mas ele iria descobrir. Afinal, não era todo mundo que tinha a sorte de ter a certeza de que achou o seu par ideal.

Lady Lucinda nunca foi uma romântica, ela era racional demais para isso. Mas os suspiros de sua amiga Hermione pelo secretário do seu pai a fazia pensar se o problema não era com ela. Talvez fosse, pois não foram raras as vezes em que viu homens fazerem fila e disputarem o amor de sua amiga - que para a infelicidade deles, já estava prometido a outro. Era enfadonho e um tanto irritante observar como um pequeno olhar na direção de Hermione, o mundo desses homens ruía. Ao que parecia, Gregory Bridgerton era mais um tolo a se encantar pela beleza de sua amiga. Só que diferente dos demais, ela simpatizava pessoalmente com ele e estava disposta a ajudá-lo na empreitada de tirar o Sr. Edmonds da cabeça da senhorita Watson. O que ela não esperava, era que ao tentar unir esse casal ela passasse a questionar a sua própria vida e o seu futuro meticulosamente planejado.

Eu realmente sou apaixonada por esse plote. Adoro o fato de termos uma protagonista racional e que não acredita no amor colocada na vida de um personagem que é tão romântico e sensível. É uma diferença assombrosa do que se pode ver em outros livros do gênero porque geralmente vemos o inverso acontecer e quase nunca essa composição de personalidade dos personagens. Mas vindo de Julia Quinn, isso não me surpreende, afinal, ela é uma das mestres do romance de época e sempre coloca pitadas de inovação em suas histórias mesmo que elas já possuam certo formato que se repete em diversas obras. Entretanto, esse ponto que me fez ficar com os olhos brilhando foi me deixando cansada durante o seu desenvolvimento. Isso porque as coisas acontecem muito lentamente e quando eu digo devagar, é devagar mesmo, já que primeiro acompanhamos o total encantamento de Gregory por Hermione para depois ver os sentimentos que Lucy desenvolve por ele para só então chergarmos ao ponto em que ele enxerga a verdeira mocinha da história.

As confusões emocionais são tantas que por vezes senti vontade de entrar no livro para dar uma boas chacoalhadas nos personagens. Eles são tão alheios ao que está a um palmo diante de seus olhos que não pude evitar me sentir enganada por Quinn que parecia querer prolongar ao máximo o encerramento daquilo que se propôs. De um modo ou de outro, esse fato acabou influenciando de um modo muito negativo a maneira como eu via os personagens, pois apesar de gostar do Gregory me senti incomodada com o seu nível de tolice e mesmo adorando a praticidade de Lucy fiquei com certo ódio dela por causa das atitudes extremas e impensadas que ela não parava de cometer. Cheguei muito próximo de odiá-los completamente (sou muito impaciente), mas a verdade é que não consegui e mesmo censurando determinados posicionamentos deles na maior parte do tempo, passei o livro inteiro torcendo para que eles se resolvessem e ficassem juntos logo.

Mas se teve uma coisa que eu amei foi a participação dos outros Bridgertons! Foi lindo de ver eles unidos em prol de Gregory e a maneira como eles lutavam para proporcionar um final feliz para ele. Inclusive, minha má impressão de Hyacinth foi desfeita justamente pela sua postura defensiva e devotada ao seu irmão ainda que ele fosse um completo tolo. A junção de tudo isso fez com que meu coração se sentisse aquecido. Ainda acredito que Julia Quinn poderia ter enxugado mais o texto e entregado algo mais limpo para os leitores, mas certamente não é algo que com um pouco de paciência e dedicação por parte do leitor não possa ser contornado. Desse modo, apesar de "A Caminho do Altar" e seus personagens não terem o título de favorito da série no meu coração, posso dizer que este é um bom livro e que merece ser lido por qualquer apaixonado pela família Bridgerton. Mas se preparem para as lágrimas no final, pois é certo que elas irão rolar quando vocês se derem conta que este é um adeus a família Bridgerton... Pelo menos, por ora.


[...] Parecia que ela era a única alma perdida, a única que não compreendia o que era o amor, que não tinha nem certeza de que ele existia, ou, caso existisse, se era para ela. Pág. 67


--- Isabelle Vitorino ---

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