Resenha: Feitiço da Sombra por Nora Roberts

Não sou a maior fã de Nora Roberts, pois não acompanho tudo que ela publica, mas adoro todos os livros dela que leio! Principalmente aqueles em que a magia pulsa no ar, como é o caso de "Feitiço de Sombra".


Título: Feitiço da Sombra
Série: Trilogia Primos O'Dwyer #2
Autor (a): Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Páginas: 288
Onde comprar: Saraiva | Submarino
Segundo livro da trilogia Primos O’Dwyer, Feitiço da sombra é uma emocionante história sobre os maiores poderes mágicos que existem: o amor, a amizade e a família. Connor O’Dwyer se orgulha de chamar o Condado de Mayo de seu lar. É lá que Branna, sua irmã, mora e trabalha e onde Iona, sua prima, encontrou o verdadeiro amor. Foi nessa terra que seus parentes e amigos formaram um círculo de proteção que nunca poderá ser rompido... Até que um beijo põe em risco a segurança de todos. Depois de um breve encontro com a morte, Connor e a melhor amiga de sua irmã se entregam um ao outro. Eles se dão bem desde a infância e, depois do tórrido encontro, o rapaz tem esperança de que esse relacionamento evolua. Para frustração dele, no entanto, Meara se contenta apenas com o prazer do momento, temendo se perder – e perder a amizade dele. Essa mudança em sua relação pode abalar o círculo e permitir que uma perigosa ameaça ressurja aos poucos, como uma névoa. Para detê-la, Connor precisará novamente da família e dos amigos para despertar a força e a fúria que correm em seu sangue. Quem sabe pela última vez.

Meara não é uma mulher fraca, mas um dia já foi, por isso conhece a experiência bem o suficiente para saber que não pode se entregar ao sentimento avassalador que sente por Connor. Alguns beijos e algumas noites teriam que ser suficientes para aplacar o desejo que pulsa em suas veias. Entretanto, quanto mais tenta resistir, tudo parece conspirar para que ela acabe nos braços do irmão de sua melhor amiga Branna. E como se lidar com sentimentos que ela não queria sentir não fosse o suficiente, a forma mais obscura de Cabhan passa a persigui-la incansavelmente de modo que ela não tem saída a não ser permitir mais uma vez ser cuidada e protegida por alguém.

No entanto, mesmo que não existisse a ameaça do seu pior inimigo, Connor não estava disposto a permitir que Meara se afastasse. Ele a desejava há muito tempo para deixar que as coisas ficassem como estavam, por isso mesmo que estivesse dando a Cabhan uma arma para ser usada contra ele e todos os componentes do círculo, ele lutaria por esse amor. Mas as coisas ficam mais sombrias a cada dia que passa, pois além de tramar contra todos eles fisicamente, Cabhan tenta atingi-los através dos sonhos. E quando a vida daqueles que ele ama passam a correr perigo, ele tem que fazer uma escolha.

Em "Feitiço da Sombra" temos um casal que se ama, mas que resiste a mergulhar nesse amor por medo de se machucar. Apesar de ser claramente uma fórmula aplicada na trilogia, já que esse formato foi apresentado por Nora Roberts no primeiro livro da série, gosto da maneira como isso cai como uma luva para narrar os acontecimentos tumultuados do enredo. Escrito em terceira pessoa, temos alguns capítulos iniciais dedicados a nos mostrar a história sob o ponto de vista dos antepassados dos O'Dwyer e os outros sendo intercalados pelos protagonistas, com leves interferências dos outros personagens. 

Uma das coisas mais marcantes nessa trilogia é a sensação de imersão que a autora consegue passar para o leitor, apesar de não se dedicar muito a descrições ou diálogos complexos, é palpável os sentimentos que os personagens transmitem. Entretanto, para mim o ponto alto dessa história é ambientação que Nora faz. Eu facilmente consigo imaginar as campinas e as florestas irlandesas que Meara percorre em suas cavalgadas, assim como, consigo me sentir ao lado de Branna na cozinha de seu chalé enquanto ela está preparando uma deliciosa refeição para o seu círculo de amigos. Apesar de não ter toda a delicadeza de Sarah Addison Allen para descrever, com esses livros a autora chega muito próximo do estilo dela.

Algo que me atrapalhou na leitura foi a vontade louca que eu estava de saber a história da Branna e do Fin, queria muito que a autora tivesse abordado um pouco mais dessa relação e não só colocasse a Branna como uma mulher estoica e por muitas vezes fria e evasiva com o homem que ela ama. Mas se a Nora entregou pouco sobre esse casal, ela consegue mostrar bem as nuances que envolvem Meara e Connor. Particularmente gosto muito do jeito forte da personagem, pois mesmo sabendo todas as dificuldades que tem em sua vida por ser amiga de bruxos, ela continua presente na vida de cada um deles. Diferente do que aconteceu com Iona e o seu cavalo, em "Feitiço da Sombra" não vi essa relação tão forte de Connor com o seu falcão. Sobre Connor, é possível dizer que ele é um homem, doce e tranquilo, porém, sabe dosar isso com muita intensidade quando está a sós com Maera. 

Ademais, senti a mesma coisa que no livro anterior: que faltaram muitas respostas a respeito do Cabhan, do seu poder e da origem da rixa entre a bruxa Soscha e ele. Estou com medo do desfecho ser precipitado no próximo livro  e as coisas acontecerem de modo que eu não consiga sentir a plenitude da história. Todavia, é certo que independente dessas pontuações, a trilogia Primos O'Dwyer é uma das poucas séries que eu conheci que conseguem exalar magia, amor e amizade em todas as páginas. E mesmo quando tudo segue a ritmo lento, o leitor ainda se encontra e se encanta com os acontecimentos ali narrados. 

O amor não é um prêmio concedido por mérito ou algo a ser tomado de volta quando um erro é cometido. É um presente, tanto para quem dá quanto para quem recebe.


--- Isabelle Vitorino ---

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