Mulheres nos Quadrinhos | Parte #01: A Evolução da Mulher nos Quadrinhos
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Mulheres lutam por seus direitos há muitos anos. Não é de
hoje a história de que a mulher quer seu espaço no mundo, não apenas em um lado
profissional, mas em todos os aspectos da vida. Convido vocês a virem comigo para
uma conversa sobre como essas personagens vem se desenvolvendo nos quadrinhos,
um nicho que por muito tempo foi considerado parte do universo masculino, desde
sua aparição até os dias atuais.
Antes de tudo, preciso lembrá-los que isso aqui é uma discussão
informal.
Infelizmente não sou um sociólogo ou historiador para dar
dados precisos a respeito deste tema, sou apenas um leitor de quadrinhos que
pode observar as mudanças de tons que as personagens tiveram ao longo dos
tempos...

A partir dos anos 60, com a consolidação de heróis que temos
até hoje, tivemos o começo das aparições de membros femininos nas equipes. É
interessante notarmos que nesse inicio da “alvorada dos heróis” as mulheres
eram bastante escassas (geralmente uma para um grupo contendo 4 ou 5 membros
masculinos) e seus atributos ao time
eram muito mais no quesito “embelezamento da equipe”, às vezes um alívio
cômico, ou mesmo o interesse romântico do herói principal, do que propriamente
uma heroína que luta contra o mal.
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Fora os Pin Ups, a Mulher Invisível não era lá muito útil |
Os exemplos mais fortes que tenho em mente são a Vespa, a
Mulher Invisível e a Garota Marvel. Quem eram essas moças nas histórias? A
Vespa, mesmo na forma de Janet, era uma mocinha alienada e sem nenhum traço de
personalidade característico. Susan Storm estava no time muito mais como a
namorada do Sr. Fantástico para depois ser a esposa do mesmo, o grande arco da
personagem nesse tempo foi o seu casamento. Jean Grey ainda teve algum pouco
mais de desenvolvimento, talvez até pelo apelo da revista em querer dar voz à
minorias, mas a longo prazo sua história foi totalmente superficial e ela
acabou sendo lembrada muito mais como interesse romântico que por suas
habilidades telecinéticas.
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É uma teoria muito absurda pensar q justo o animal que deram pra Janet é um serzinho irritante que machuca quando irritado? |

Chegamos aos anos 70 e 80, onde a partir de agora temos o “boom”
das mulheres! Com suas equipes e times já conhecidas e famosas, as editoras começaram a apostar em outros seguimentos
de heróis, e dessa nova gama veio o efeito que chamam de “costela de Adão”.
Esse efeito basicamente consiste na ideia de criar uma versão feminina para
heróis que já existentes, numa tentativa de trazer os leitores desses heróis
para as novas revistas. Nisso temos, por exemplo, A Miss Marvel, a Mulher Hulk
e Mulher-Aranha.
O mais incrível dessa época é não apenas termos mulheres,
mas elas agora em personalidades! Toda a graça dos quadrinhos da Mulher Hulk
não está no fato dela ser verde, grande e musculosa, mas sim no fato dela ser
super inteligente e ter uma carreira promissora como advogada! E não para por
aí, pois a própria Mulher-Aranha tem seu backstage complicado com a HIDRA, Miss
Marvel tem quase uma crise de identidade ao ter seus poderes roubados pela
Vampira e nossas heroínas antigas também tiveram seu destaque!

Essas décadas foram divisoras de águas para o papel das
mulheres, pois trouxe-nos não apenas mulheres de fantasias sensuais que batiam
em homens, mas garotas doces e inocentes, ou mesmo diretoras de corporações,
mas que não precisavam de personagens masculinos para alavancar suas histórias
e desenvolvimentos!
Mas, como nem tudo são flores, vieram os anos 90...
Nada contra quem goste, mas, para mim, os anos 90 foram de
um modo geral o período negro dos quadrinhos. Com as garotas não foi diferente.
Sabe aquelas duas décadas de desenvolvimento incrível que tivemos? Cortaram tudo em prol de roupas provocantes,
cinturas finas, e seios fartos. Mesmo as mulheres respeitáveis tiveram
fantasias toscas para marcar seus corpos, o que foi algo tosco. Claro que houve
exceções, mas o que acabou marcando essa
época foram as histórias fracas e personagens superficiais e vazios...
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Por que, Sue? Por que? |
Hoje em dia os roteiristas e desenhistas estão mais
preocupados com a visão feminina, afinal as mulheres, mais do que nunca,
consomem essas histórias. Ainda há o vestígio de preconceitos aqui e ali, como
a ideia de violência máxima contra a mulher sempre pairar apenas no abuso
sexual, e seria hipocrisia falar que paramos de sexualizar heroínas, mas, mais do que nunca, ouso dizer que as grandes corporações começaram
a ver suas personagens menos como um pedaço de carne para o deleite de leitores e
muitos mais como seres que merecem tanta atenção quanto os homens.
E vocês, quais são suas heroínas favoritas e como vocês
acham que elas são tratadas nas histórias?
--- Marcel Elias ---
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