Resenha: Beleza Perdida por Amy Harmon

Vocês já sentiram uma ligação tão profunda com uma história que ela parece se intricar em seus corações como se fizessem parte de vocês? Se a resposta for positiva, então vocês me entenderão. Se a resposta for negativa, só posso dizer: preparem-se para ser arrebatados por “Beleza Perdida”.

Título: Beleza Perdida
Autor (a): Amy Harmon
Editora: Verus
Páginas: 336
Ano: 2015
Onde comprar: Saraiva
Ambrose Young é lindo, alto e musculoso, com cabelos que chegam aos ombros e olhos penetrantes. O tipo de beleza que poderia figurar na capa de um romance, e Fern Taylor saberia, pois devora esse tipo de livro desde os treze anos. Mas, por ele ser tão bonito, Fern nunca imaginou que poderia ter Ambrose... até tudo na vida dele mudar. Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas - perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido. Este é um livro profundo e emocionante sobre a amizade que supera a tristeza, sobre o heroísmo que desafia as definições comuns, além de uma releitura moderna de A Bela e a Fera, que nos faz descobrir que há tanto beleza quanto ferocidade em todos nós. 


Sempre gostei de pensar que tudo na vida tem uma razão de ser e que nada acontece por acaso. Ler “Beleza Perdida” me mostrou que isso é verdade. Mesmo quando acreditamos que o nosso fardo é pesado demais para ser carregado, há algo que sempre nos dará força para seguir em frente e conseguir alcançar mais alto e ir mais longe. Às vezes, o responsável por essa força se tornam anjos em nossas vidas sem sequer perceberem. E mesmo quando não se dão conta, é esse amor e essa força que são capazes de nos fazer ir além ainda que um nevoeiro ameace nos engolir.

Quando penso em todos os sentimentos que me dominaram durante a leitura desse livro, mais uma vez me sinto reconfortada por todo amor e beleza que transbordaram de suas páginas. E quando uso a palavra beleza, ela transpõe as barreiras ligadas a estética e se tornam sinônimo de sutileza, de coragem, mas principalmente, de humildade. É fácil ser bonito fisicamente, mas é muito difícil ser belo por dentro. Conseguir nutrir sentimentos puros até quando a vida é dura com você.

É por isso que não tenho palavras para mensurar o quanto eu passei a amar Fern, Ambrose e Bailey. Os laços que os unem são fortes demais para serem quebrados. De um lado temos Fern, uma garota bondosa e repleta de bravura que aos olhos daqueles que não sabiam enxergar, era considerada feia demais. Ela amava incondicionalmente Ambrose, porém, ele era a estrela do time de luta da sua escola e nunca correspondeu os seus sentimentos. Ela se magoou, se sentiu humilhada muitas vezes, mas aquele amor parecia fazer parte de sua alma.

Quando ele partiu para a guerra no Iraque, após o atentado de 11 de setembro e levou junto com eles os seus amigos de time, ninguém esperava que quando ele voltasse estaria tão diferente. Entretanto, com um corpo cheio de cicatrizes e fantasmas demais para carregar, ele se sentia como Atlas, com o peso do mundo em suas costas. Fern queria aliviar sua dor, mas ele não se sentia digno dela. Não depois de tê-la magoado tanto. Bailey queria ver sua prima feliz e segura, por isso, fez tudo o que estava ao seu alcance para que o seu antigo ídolo de escola visse além das suas próprias dores e enxergasse nele um exemplo de alguém que possuía os dias contados, mas que não deixava que a vida o derrotasse.

Nesse conjunto de personagens tão intensos, foi difícil me manter sem lágrimas escorrendo pelo rosto. “Beleza Perdida” me arrebatou de tal maneira que não tive chances a não ser rever meus conceitos e o modo como eu enxergo a vida. Diferente de muitos livros new adult, este, tem algo mais para contar do que simplesmente uma história de amor. Aqui, é possível ver um garoto preso a uma cadeira de rodas lutando por aqueles que ama, uma garota considerada feia e que exalava amor, e um jovem que teve que perder sua beleza física para poder ver que o que realmente importava escapava aos reflexos de um espelho.

Me senti profundamente agradecida por ter lido esse livro. Levarei cada passagem dele no meu coração e espero sinceramente que todos vocês tenham a oportunidade de ler essa história e se emocionar com esses personagens tão encantadores e tão merecedores da felicidade. Mal posso esperar para ler outros livros de Amy Harmon e recolher algumas peças mais do quebra-cabeças do verdadeiro sentido de existir. Ah, não se esqueçam que a maioria das vezes o que a beleza (exterior) conquista, a personalidade pode destruir.

A verdadeira beleza, aquela que não se desvanece ou se esvai, precisa de tempo, de pressão, precisa de uma resistência incrível. É o gotejamento lento que faz a estalactite, o tremor da terra que cria as montanhas, o constante bater das ondas que quebra as rochas e suaviza as arestas. E da violência, do furor, da ira dos ventos, do rugido das águas emerge algo melhor, algo que de outra forma nunca existiria. E assim suportamos. Temos fé na existência de um propósito. Temos esperanças em coisas que não podemos ver. Acreditamos que há lições na perda e no poder do amor, e que temos dentro de nós o potencial para uma beleza tão magnífica que o nosso corpo não pode contê-la. Pág. 328

Playlist:


--- Isabelle Vitorino ---

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