Resenha: Ligeiramente Casados por Mary Balogh
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Acredito que vocês
já devem ter notado que eu sou completamente apaixonada por livros de romance
histórico. Isso explica porque sempre que a editora Arqueiro lança uma nova série, eu me
jogo nas histórias sem medo de ser feliz. Foi por isso que quando soube de “Os
Badwyns”, não tive dúvidas, resolvi apostar em mais uma história de amor. Eu só
não esperava encontrar o que encontrei...
Título:
Ligeiramente Casados
Série: Os
Badwyns #1
Autor (a):
Mary Balogh
Editora:
Arqueiro
Páginas: 288
Ano: 2014
À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse Custe o que custar! Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum. Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias. Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar. Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados...
Aidan Bedwyn é um
coronel do exército que tem a honra como o seu norte. É por isso que quando o
capitão Percival Morris está à beira da morte e cobra uma antiga dívida dele,
ele se esforça o máximo para cumprir o último pedido do homem. Voltando para a
Inglaterra após anos combatendo na guerra contra a tirania de Napoleão
Bonaparte, Aidan procura por Eve Morris para lhe dar a notícia de que seu irmão
faleceu nos campos de batalha e oferecer seus préstimos. Ele só não esperava ter
que lidar com uma mulher impetuosa e que está determinada a não deixar que ele
saiba que a morte do seu irmão não só lhe causou dor, como também, a colocou em
maus lençóis.
Eve Morris não
esperava receber a notícia da morte do seu irmão, ainda mais por um militar de
alta patente como o lorde Aidan Bedwyn. Mas toda a dor que ela sentia pela
perca de Percy se intensifica pelo risco de perder o Solar Ringwood e com isso
não poder amparar mais todas as pessoas que dependiam dela e que jamais
conseguiriam um lugar de uma sociedade tão preconceituosa. Ela só tinha um
saída para escapar dessa situação: se casar. O problema é que faltava menos de
quatro dias para o seu pavoroso primo se apossar de tudo e ela não tinha
ninguém com quem contar, ninguém exceto Aidan... Dividida entre o risco de
perder a sua liberdade e sua propriedade, Eve resolve se sacrificar e arriscar
um casamento com o lorde. Mas será que tudo é um sacrifício mesmo?
Quando comecei a ler “Ligeiramente Casados”, era como se eu estivesse
entrando em um universo desconhecido e em que nada lembrava os cenários aos
quais eu estava acostumada a ver nas ambientações dos livros de romance
histórico. O que era particularmente estranho, já que mesmo sendo retratado na
Inglaterra logo após a derrota de Napoleão Bonaparte e em sua maior parte, nas
áreas rurais, a autora nos mostra também os cenários londrinos, só que através
de uma perspectiva bem diferente. Acrescentando
detalhes como a exigência da apresentação das damas da nobreza à rainha, Mary Balogh
se revelou uma autora que não tem medo de inserir detalhes diferenciados para
dar um toque a mais a sua narrativa a fim de não permitir que sua história caia
nos clichês que geralmente encontramos nos livros do gênero.
Só esse toque a mais, já me deixou entusiasmada com a narrativa, mas
foi ao conhecer melhor o enredo da história que comecei ficar em dúvida com
relação à proposta da autora. Narrado em terceira pessoa e alternando os pontos
de vistas entre Aidan e Eve, as coisas acontecem de modo lento e sem pressa
alguma. Se por um lado isso é bom, já que vemos a construção do relacionamento
do casal protagonista pouco a pouco, por outro torna a história um tanto
morosa, pois por falta de uma fagulha de desejo ou qualquer sentimento que
seja, a autora dedica muitas páginas a nos dizer apenas o quanto ambos são
diferentes e nada mais. Isso prejudicou o desenvolvimento da trama a ponto de
eu começar a questionar as decisões da autora, mas foi justamente aí que ela me
surpreendeu.
Apresentando a família Badwyn e todos os seus estoicos componentes, a
autora começa a mostrar a razão de Aidan ser tão esquivo, duro, inflexível e
ter a honra como a sua principal característica. Isso explica muito sobre as
ações desse protagonista que não é apaixonante em um primeiro olhar, mas que se
torna admirável com o decorrer da história. E é através desse contato com a
família Badwyn que Eve também se revela alguém mais interessante do que a moça
do interior que é apaixonada por alguém que está longe e que se vê presa em um
casamento de conveniências. Tanto que o tempo que a história é narrada em
Londres foi capaz de mudar a minha concepção acerca de determinadas partes do
livro e eu acabei minha leitura com uma sensação gostosa.
Dito isso, gostaria de frisar apenas, que mesmo o livro não sendo
aquilo que eu esperava, ainda assim, passei um bom tempo com os personagens. Só
acho que a autora se esqueceu de colocar uma centelha de fogo para que a sua
história não fosse tão passiva e que seus protagonistas fossem mais memoráveis.
De verdade, espero que nos próximos livros da série essas questões sejam
contornadas e que os Badwyns mostrem a que veio, pois tenho toda a intenção de ver o que esses irmãos são capazes de fazer em nome do amor.
[...] Talvez o presente fosse tudo o que importava. Talvez fosse tudo o que qualquer um pudesse esperar. Talvez o amanhã fosse uma ilusão que nunca chegasse. Pág. 242
--- Isabelle Vitorino ---
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