Resenha: Um Caso Perdido por Colleen Hoover

Nem sempre é fácil lidar com as emoções que uma história é capaz de despertar em nós. A verdade é que Colleen Hoover é uma das poucas escritoras de New Adult capaz de deixar meu coração na mão e minha mente congestionada de reflexões. Mas se em “Métrica” eu estava preparada para me emocionar, em “Um Caso Perdido” eu fui pega de surpresa e sem possibilidades de me libertar.

Título: Um Caso Perdido
Série: Hopeless #1
Autor (a): Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 384
Ano: 2014
Onde comprar: Saraiva | Submarino
Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras... Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro, ele conseguiu amedrontá-la e cativá-la. E algo nele faz com que memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de todo o trabalho que teve para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos e quando eles são revelados, a vida de Sky muda drasticamente.


Sabe aquela frase que dizem que às vezes é preciso se perder para se encontrar? Pois bem, esse é o caso de Sky. Vivendo uma vida longe da tecnologia e com o mínimo de interação social, ela não entende porque sua mãe não permite que ela frequente a escola nem que tenha um celular como qualquer outra jovem. É por isso que ela decide se impor e conquistar um pouco de liberdade em meio à regras tão rígidas. Não foi fácil conseguir permissão para ir à escola, mas ela estava feliz com sua decisão mesmo que sua melhor amiga Six tenha avisado de última hora que iria passar um tempo na Europa para fazer um intercâmbio.

Ela não sabia o que a esperava num lugar cheio de jovens e que nem sempre estão abertos a coisas novas. Perseguida por suas colegas que faziam questão de demonstrar a todo instante o quanto ela não era bem-vinda naquele lugar, ela não faz nada mais que demonstrar calma e frieza. É assim que ela conquista uma amizade verdadeira e as coisas parecem começar a melhorar. No entanto, é em meio a calmaria que ela conhece Holder. Um garoto intenso e que sempre faz ter a sensação de que tudo pode mudar de uma hora para outra. A princípio, ela não sabe o quanto isso é verdade, mas quanto mais ela o conhece, mais ela percebe que ele não só é um caso perdido, como também, um caso no qual ela quer se perder.


Eu tenho sido uma leitora muito difícil de ser conquistada nos últimos tempos e acho que muito disso se deve ao quanto estou fora de sintonia com as histórias que leio. Por isso quando tirei “Um Caso Perdido” da minha estante demorei um pouco a me sentir à vontade por entre as palavras de Colleen Hoover. Porém assim como aconteceu comigo em “Métrica”, quando percebi a totalidade da história que a autora queria me contar, me preparei emocionalmente porque sabia que ao final eu estaria com o coração na mão e com muitas coisas na minha cabeça. 

Escrito em primeira pessoa sob o ponto de vista de Sky, Hoover alterna entre o passado e o presente para nos fazer ver o porquê as nuances dessa história estão todas embaralhadas e nada é o que parece ser. Aquilo que começa como um romance juvenil permeado por problemas também juvenis, logo vai se aprofundado quando o passado inevitavelmente passa a cobrar respostas e mostrar o quão amarga a vida pode ser mesmo quando não merecemos.

Chega a ser difícil falar sobre o conteúdo do livro, ainda mais quando tudo sobre o que ele fala é de emoções, sentimentos e muita, muita dualidade. A verdade é que em nenhum momento após a chegada de Holder à vida de Sky podemos colocar as coisas em um âmbito fácil de ser interpretado. Ele transmite tanta intensidade, que se perder na aventura que seria descobrir os segredos dele não parece uma escolha, mas sim a única saída. E é justamente o que Sky faz. Ela mergulha de cabeça em uma relação com Holder por mais que não entenda como ele consegue tirar dela tão mais do que ela foi capaz de dar para qualquer outro garoto que já tentou entrar em sua vida.

Só isso poderia ser um indicativo do por vir, mas quando flashes do passado começam a lhe deixar apavorada, ela tem a estranha sensação de que Holder sabe mais sobre ela do que uma pessoa que acabou entrar na sua vida deveria saber. E é em meio a desconfianças e descobertas que Sky precisa encontrar uma maneira de fazer do amor não uma válvula de escape, mas sim uma demonstração do quanto a vida por mais dura que seja também é capaz de oferecer coisas boas e inigualáveis. Confesso que mesmo olhando as coisas por esse ângulo, não pude refrear o sentimento de orgulho que tive da Sky.

Ela foi tão forte ao enfrentar as sombras do seu passado sem se esquecer de quem ela realmente era e de qual era o seu verdadeiro papel na história, que muitas vezes as lágrimas me saltaram aos olhos. Eu queria chorar pela garotinha que ela foi e que tinha medo de um abrir de portas, queria chorar pela jovem que ela foi e por todas as vezes que ela teve que contar estrelas, mas sobretudo quis chorar por ela conseguir sentir amor mesmo quando o ódio ameaçava nublar tudo de bom que ela teve na vida.

Sinceramente, não sei se voltarei ao universo de Sky e Holder. Pelo menos não por agora... diferente de “Métrica”, não farei isso porque me senti satisfeita com o final de “Um Caso Perdido”, mas sim porque antes preciso encontrar uma parte de mim que ficou na história querendo proteger Sky, Hope, Less, Holder e Karen. E se eu pudesse dizer apenas uma coisa para todos esses personagens que me marcaram tanto, eu diria: Sim, por mais duro que seja, às vezes é preciso se perder para poder se encontrar. E, de verdade, eu espero que vocês se encontrem mais uma vez.

[...] Não vou ficar desejando uma vida perfeita. As coisas que nos derrubam são testes, e esses testes nos forçam a escolher entre desistir, ficar caída no chão ou sacudir a poeira e se levantar com ainda mais firmeza que antes. Estou escolhendo me levantar com mais firmeza. Provavelmente vou ser derrubada mais algumas vezes antes da vida se cansar de mim, mas garanto que nunca vou ficar caída no chão. Pág. 375

Playlist:


--- Isabelle Vitorino ---

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