Resenha: Um Corpo na Biblioteca por Agatha Christie

Agatha Christie é o grande ícone da literatura policial. Conhecida como a Rainha do Crime, é difícil encontrar alguém que ao menos não ouviu falar sobre a sua obra. Eu, apesar de já ter lido bastante sobre ela, ainda não tinha lido nenhum livro seu. Por isso venham comigo e descubram como foi o meu début com a autora.

Título: Um Corpo na Biblioteca
Série: Um Caso de Miss Marple #3
Autor (a): Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 184
Ano: 2014
Onde comprar: Saraiva | Submarino
O corpo de uma jovem é encontrado no tapete da biblioteca dos Bantry, às sete da manhã. A vítima é uma completa desconhecida e o casal Bantry decide chamar as autoridades para investigar o caso — e também, é claro, Miss Marple, detetive amadora e amiga da sra. Bantry. Tudo se complica ainda mais quando chega até eles a notícia de outra adolescente morta, carbonizada dentro de um carro incendiado em uma pedreira. Qual será a possível conexão entre os dois incidentes?

Seria uma manhã como outra qualquer para o casal Bantry senão fossem os gritos de pavor da empregada de casa que insistia que eles fossem até a biblioteca de qualquer maneira. A senhora Bantry sempre fora orientada a resolver as coisas para que seu marido continuasse dormindo, mas após a menção de um corpo ela se sentiu obrigada a acordar o seu marido. Eles não queriam acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, preferiam achar que foi apenas um engano, mas ao entrar na biblioteca ficou claro que alguém morto estava realmente lá.

A única opção que restava para um casal honesto era chamar a polícia, por isso antes mesmo que eles se dessem conta, sua casa estava repleta de perguntas a respeito da origem da garota morta. Preocupada com a reputação do seu marido, a senhora Bantry convida a sua velha amiga Miss Marple para ajudá-la a entender como uma completa desconhecida havia sido assassinada e deixada na sua casa. Mas as coisas começam a ficar cada vez mais insanas, já que um carro incendiado é encontrado com um corpo dentro dele e ninguém parece entender como os dois casos tem relação. Ninguém, exceto Miss Marple.

Casos policiais como os que Agatha Christie escreveu são bem próprios dela. Eu que passei a me apaixonar pelo gênero policial nesse último ano, nunca encontrei nas minhas leituras nada próximo ao que ela fez. Ainda mais quando tudo nos seus livros exala sua essência. Lendo “Um Corpo na Biblioteca” pude perceber que por mais simples que possam parecer suas tramas, a engenhosidade com a qual ela desenvolve o enredo e nos fornece pistas que conseguem incriminar quase todos os envolvidos, transformam suas histórias em uma lufada de boa literatura quando não sabemos o que ler.

E eu que sempre imaginei que iria me identificar com o Poirot, me vi rendida por Miss Marple. Essa senhorinha me teve em suas mãos de uma maneira que logo que eu percebi seus trejeitos me vi ansiando por mais analogias entre os seus suspeitos e os vizinhos da aldeia em que ela vivia e por comentários precisos sobre o que ela achava do caso. E mesmo ela sendo um personagem regular que tem características muito marcantes, isso não tirou o brilho dos demais personagens, já que todos eles têm sua chance de aparecer e de contar um pouco do seu ponto de vista a respeito do caso em questão.

E por falar no caso, tenho que dizer que mesmo desconfiado dos suspeitos certos e da motivação, nunca imaginei que as coisas fossem se desenrolar da maneira que Agatha escreveu. Essa surpresa final quando eu acreditei que não havia mais nada por vir, me deixou completamente boquiaberta. Ainda mais porque ela fez isso em meio a um número limitado de personagens e com uma história de narrativa simples, sem grandes descrições, mas precisas, muito precisas. Sobre essa edição da Nova Fronteira, gostaria apenas de fazer um adendo: a editora pecou e muito na revisão do livro. São erros de digitação tão grosseiros que me faz pensar se realmente houve uma revisão no livro. No entanto, exceto esse ponto, a edição está muito bonita e vai agradar aos leitores que também são colecionadores.

Ademais, não posso julgar esse livro dentro da extensa obra da autora, mas avaliando-o isoladamente posso dizer que com uma história do tipo que você não consegue parar de ler e um caso com várias possibilidades para o leitor se deleitar, “Um Corpo na Biblioteca” ficará para sempre na minha mente – que agora já conhece a maravilha que é um livro de Agatha Christie.

[...] Há tempo para tudo. Pág. 124

--- Isabelle Vitorino ---

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