Resenha: Um Dorama Para Chamar de Meu por Marina Carvalho

Uma das maiores descobertas que fiz no ano de 2019 foi a minha paixão por doramas - principalmente, os protagonizados por Lee Jong-suk. Já vi tantos que perdi as contas e nunca deixo de suspirar por eles, logo, não poderia perder a oportunidade de ler uma obra que traz muito romance e um clima de doromas, ainda mais sendo um livro nacional. O que achei dessa história, conto para vocês hoje.

Título: Um Dorama Para Chamar de Meu
Autora: Marina Carvalho
Editora: Astral Cultural
Ano: 2019
Páginas: 317
Onde comprar: Amazon | Submarino
Sinopse: "Mesmo se eu já não estivesse louca por Joaquim, terminaria apaixonada por ele...” Marina Pena orgulha-se de seu trabalho como assessora de comunicação e não é qualquer pancada da vida que a derruba, afinal, ela é uma mulher forte, independente e, além de tudo, lutadora de boxe. Nem mesmo a nova missão a que foi designada é capaz de fazê-la ser nocauteada: assessorar Joaquim Matos – ou Yoo Hwa-In –, o fotógrafo sul-coreano, autor de coletâneas de fotografias, durante a turnê de seu último lançamento. Em uma história cheia de romance, reviravoltas emocionantes e cenas dignas de novelas orientais, nasce um vínculo entre o artista e a assessora, Mariana e Joaquim precisarão não apenas aprender a lidar com as diferenças culturais como também com uma ameaça vinda diretamente do passado do fotógrafo, lá da Coreia do Sul. A vida e as tradições de Mariana e Joaquim nunca mais serão as mesmas."

Mariana Pena trabalha como assessora de comunicação e nas horas vagas luta boxe e passa um tempo  de qualidade com as suas amigas. Apesar de ser mineira, ela vive em São Paulo com a sua irmã e o seu cunhado, e já possui uma vida em ordem, afinal, ela é uma mulher que sabe muito bem o que quer. Quando foi indicada para acompanhar o fotógrafo sul-coreano erradicado no Brasil, Joaquim Matos, em uma turnê nacional do seu livro, ela vislumbrou a oportunidade perfeita para alavancar de vez a sua carreira. Sem conhecer a cultura do país do artista e com a leve sensação de que não conseguiria estreitar os laços com ele, ela embarca em uma jornada que mudará completamente a sua vida.

Joaquim Matos é um fotógrafo reservado e que não gosta de expor sua vida, nem compartilhá-la com alguém que não conhece. Mas quando os dirigentes da editora que publicou o seu livro, indicaram Mariana como a responsável pela sua turnê, ele já imaginava que as coisas se complicariam. No entanto, ele não sabia o quanto seria difícil lidar com uma mulher voluntariosa, decidida e que insistia em se meter em situações perigosas. E para a sua infelicidade, essas situações se tornaram recorrentes e por isso a vida de todos à sua volta estava em risco. Agora, além de ter que lidar com os sentimentos conflitantes que tinha por Mariana, ele precisava achar o responsável pelos misteriosos ataques que estavam acontecendo.

Sou uma leitora que ama acompanhar mais de uma história por sua vez. Então, sempre intercalo obras mais densas com outras mais leves. Quando conheci "Um Doroma Para Chamar de Meu", logo lembrei dos bons momentos que passei com os meus dramas sul-coreanos e prontamente comecei a devorá-lo. Marina Carvalho é uma escritora já conhecida dos leitores brasileiros e possui uma escrita fluída, direta e de fácil identificação, com personagens interessantes, as páginas avançam sem que o leitor sinta isso acontecer. Um dos pontos que mais me chamaram a atenção foi a forma com que a autora trabalhou o relacionamento de Mariana e Joaquim, pois apesar de haver uma química instantânea, ambos desenvolvem uma relação de intimidade que só se concretiza após muitos percalços - o que não implica em falta de proximidade, companheirismo e respeito entre os personagens.

Isso, de fato, me lembra muito os doromas que assisto, já que a maioria deles relatam relacionamentos que se fortificam emocionalmente, para, só então, se concretizarem fisicamente. Além disso, gostei da forma opinitiva que a autora conduziu a relação do casal, deixando claro que ambos os personagens não concordavam com qualquer tipo de possessividade. Um verdadeiro bálsamo no universo dos romances que enaltecem essa característica como sendo um sinal de afeto. A respeito da abordagem acerca dos costumes sul-coreanos e da cultura do país, senti certa limitação, pois, apesar dos evidentes esforços da autora em introduzir o leitor nesse universo, para quem não costuma acompanhar as produções do país ou pesquisar sobre o assunto, pode sentir certa dificuldade em compreender determinados pontos abordados.

Com relação a trama policial que se desenvolve em paralelo, não fiquei totalmente satisfeita com a sua condução, tampouco com os desdobramentos desse ponto da história, ainda mais, porque há algumas "conveniências" que tiraram a força da trama. Isso, porque, há personagens que parecem ter sido inseridos com um objetivo específico, de modo que pouco se sabe sobre eles no decorrer do livro e eles só aparecem quando é conveniente - para estes, faltou uma verdadeira integração com a trama. Todavia, não deixa de ser um bom livro que consegue fisgar o leitor com seus personagens intrigantes e que ultrapassam a barreira dos clichês em sua formação, assim, apesar de não ter gostado de determinados aspectos da condução narrativa, é uma obra que recomendo para aqueles que gostam de romance, de dramas sul-coreanos e, porque não, de bons alívios cômicos.

Não se vicie em doramas. É um caminho sem volta!

--- Isabelle Vitorino ---

Postar um comentário

Obrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre.

- Caso tenha uma pergunta deixe seu e-mail abaixo que respondo assim que o comentário for lido.

- Caso sua mensagem não tenha relação com o post, envie para o e-mail.