Resenha: Os Mistérios do Sir Richard por Julia Quinn

Depois de um longo tempo afastada do blog, eis que estou de volta! E olha, que saudades eu estava de vir aqui conversar com vocês a respeito das minhas leituras... Por isso, o livro para marcar esse retorno não poderia ser outro que não um da minha amada Julia Quinn. Vamos encerrar juntos mais uma série de romance de época?

Título: Os Mistérios de Sir Richard
Série: Quarteto Smythe-Smith #4
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 272
Onde comprar: Amazon | Saraiva 
Sir Richard Kenworthy tem menos de um mês para encontrar uma esposa. Ele sabe que não pode ser muito exigente, mas quando vê Iris Smythe-Smith se escondendo atrás de seu violoncelo no musical anual das Smythe-Smith, Richard acha que conheceu alguém muito valiosa. Ela é o tipo de mulher que passa despercebida até a realização de um segundo ou terceiro olhar de outra forma. Mas há algo nela abaixo da superfície, algo quente e ele sabe que ela é única. Iris Smythe-Smith... Ela está acostumada a ser subestimada, com seu cabelo claro e tranquila, mas há uma personalidade astuta que ela tende a esconder, e ela gosta dessa forma. Então, quando Richard Kenworthy se aproxima com galanteios e flertes, parece suspeito. Dando a impressão de um homem que se rende ao amor, mas ela. não pode acreditar que tudo é verdade. Quando sua proposta de casamento se torna uma situação comprometedora obrigatória, você não pode deixar de pensar que há algo escondido por trás disso. . . mesmo que o seu coração diz sim.

Iris Smythe-Smith não suporta o fato de ter que tocar ano após ano no recital de sua família, mas a única coisa que poderia salvá-la desse inferno era o casamento e até onde ela lembrava, os seus pretendentes não eram muitos. Seus dias tornavam-se ainda piores por ter que lidar com a sua impulsiva irmã que não fazia o menor esforço para deixá-la em paz. A única coisa que tornava o seu tormento mais suportável era a sua paixão por livros - o que não era uma característica muito desejável em uma mulher. No entanto, foi justamente em um dos infames recitais que ela conheceu o belo e misterioso Sir Richard Kenworthy. Nunca passaria por sua cabeça chamar a atenção de um homem como ele, mas foi justamente isso o que aconteceu...

Sir Richard Kenworthy passou muito tempo longe de Londres. As responsabilidades advindas da morte de seu pai tornaram a sua vida mais dura do que ele imaginou outrora. Todavia, uma coisa era certa: se ele conseguisse uma esposa até o fim da sua estadia, boa parte dos seus problemas estariam resolvidos. Ele sabia que estava longe de ser o pretendente que qualquer mãe desejaria para a sua filha, o que reduziria as chances de conseguir alguém com um bom dote, porém, mesmo o dinheiro sendo algo necessário, não era um fator preponderante em sua escolha. Seria difícil encontrar alguém exatamente do jeito que ele precisava, mas ele não desistiria. Ele não podia desistir. E foi justamente nesse instante que ele se deparou com a beleza discreta de Iris Smythe-Smith. Ela podia não ser tudo o que ele sonhou em uma mulher, mas com certeza tinha o necessário para ser sua esposa.

Falar sobre Julia Quinn é sempre um prazer. E esse sentimento é tão latente que sempre passo linhas e mais linhas divagando sobre os seus livros. No entanto, confesso que depois de terminar a série "Os Bridgertons" não imaginei que fosse capaz de me apaixonar novamente por outros personagens, mas eis que estou aqui, me rendendo de amores por essa família tresloucada. Não vou negar que dentre todos os livros da série, esse foi o que eu menos me empolguei, porém, me recuso a dizer que ele é ruim. Na verdade, sinto um misto de sentimentos sobre ele que se justifica com o fato de que os personagens me deixaram completamente louca.

Há muitos mistérios rondando Richard e isso faz com que ele fuja do estereotipo de herói que imaginamos. Principalmente porque ele mescla a intensidade com austeridade de tal forma que torna a tarefa de entendê-lo muito difícil. Passei todo o livro com a mesma sensação que Iris: havia algo errado com ele que o impedia de revelar seus verdadeiros desejos. Quinn foi muito capciosa com a sua narrativa, de modo que por mais que o leitor tente desvendar os mistérios que o personagem esconde, isso só ocorre no momento exato em que ela quis. Acredito que toda essa áurea que o permeava não me permitiu enxergá-lo como uma protagonista que eu admirasse - mesmo ele tendo os seus momentos de tirar o fôlego. Seu egoísmo e sua teimosia eram tão ferozes que eu passei todo o tempo preocupada com Iris.

Todavia, o que se tornou evidente com o decorrer das páginas foi o quão forte Iris era. Se a princípio pensamos que ela se submeteria a todo e qualquer capricho do seu amado, aos poucos notamos que ela tem muito mais a oferecer e se mostra alguém perspicaz demais para ignorar o seu coração, razão pela qual vez ou outra encara Richard e mostra que um relacionamento por ser feito a dois a vontade de uma nunca deve ser a soberana. Essa característica acabou me conquistando imensamente e mesmo ela não sendo a minha Smythe-Smith favorita, acabou ganhando um lugar no meu coração. Diante de tudo isso, só posso dizer que mesmo "Os Mistérios de Sir Richard" não sendo a melhor história da série, deixou em mim um quê de saudade que só poderá ser desfeito com mais uma saga de Julia Quinn.

Ela era o tipo de garota que não chamava atenção. Entretanto, Richard não conseguia tirar os olhos dela. Porém, para onde mais poderia olhar? Estava num recital. Além disso, havia algo tranquilizador em focar um ponto fixo qualquer. A música era tão desentoada que ele ficava tonto cada vez que olhava para outra direção. Quase riu. A Srta. Iris Smythe-Smith, a moça com pele brilhante e pálida, com um violoncelo grande demais para seu tamanho, acabara se tornando sua salvadora. Sir Richard Kenworthy não acreditava em presságios, mas em relação àquele, ele ficaria atento. Pág. 13


--- Isabelle Vitorino ---

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