Resenha: A Elite por Kiera Cass

O fruto das minhas leituras no final de semana foi o desbravar da série principal de "A Seleção". Encantada com o que encontrei no primeiro livro, não hesitei um minuto sequer antes de partir para "A Elite". Entretanto, se o anterior foi irretorquível, não posso dizer o mesmo do segundo.

Título: A Elite
Série: A Seleção #2
Autor (a): Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 360
Ano: 2012
Onde comprar: Amazon | Saraiva | Submarino
A Seleção começou com 35 garotas. Agora restam apenas seis, e a competição para ganhar o coração do príncipe Maxon está acirrada como nunca. Quanto mais America se aproxima da coroa, mais se sente confusa. Os momentos que passa com Maxon parecem um conto de fadas. Mas sempre que vê seu ex-namorado Aspen no palácio, trabalhando como guarda e se esforçando para protegê-la, ela sente que é nele que está o seu conforto. America precisa de mais tempo. Mas, enquanto ela está às voltas com o seu futuro, perdida em sua indecisão, o resto da Elite sabe exatamente o que quer e ela está prestes a perder sua chance de escolher.


America sempre teve certeza do seu amor por Aspen e nunca duvidou de que ficariam juntos para sempre. Mas quando se tornou uma Selecionada e passou a conviver de perto com o príncipe Maxon e ver algumas verdades ocultas de Iléa, ela passa a se questionar se poderia ser ou não uma princesa boa o suficiente. Após ataques de rebeldes ao palácio real, a Seleção se tornou mais acirrada e agora só restam seis garotas que compõe a chamada Elite. Os laços entre as garotas estão se estreitando, porém, a rivalidade se tornou ainda mais latente já que todas querem mostrar para o Maxon o quanto elas são merecedoras de seu amor. Confusa sobre o que sente, ela não sabe se deve dar uma chance ao seu coração de conhecer o princípe ou se deve lutar para ter o futuro que sempre sonhou com Aspen. E nessa confusão, acontecimentos chocantes podem determinar o seu futuro de modo irrevogável.

Maxon sabe que em um momento terá que escolher uma das Selecionadas, mas ainda havia um tempo para conhecê-las melhor e ele devia dar essa chance ao seu coração mesmo que ele pulsasse por America. Ainda mais quando a sua relação com ela era tã confusa. Se em momentos ele podia sentir o amor dela por ele, em outros ela agia como se ele fosse alguém que não valesse a pena. Entretanto, além das preocupações que envolvia a Elite, havia outros problemas maiores a serem resolvidos, como os constantes ataques de rebeldes ao palácio, por exemplo. Nervoso com essa pressão realizada por esses grupos, seu pai está cada vez mais rígido e com atitudes cada vez mais arbitrárias. Não que ele pudesse esperar algo diferente, já que desde cedo aprendeu a lidar com os roupantes do rei. Determinado a encontrar uma maneira de aplacar os ânimos dentro e fora do castelo, Maxon pode escolher um caminho que o distancie de America.

Se "A Seleção" me deixou totalmente rendida a história escrita por Kiera Cass, em "A Elite" a situação foi diferente. Com um ritmo de escrito ainda fluido, o que mais me incomodou nesse livro foi justamente o que mais amei no primeiro: os personagens. Se antes me encantei com a maneira de America encarar os desafios de sua nova vida, só pude me sentir extremamente incomodada com a sua postura nesse segundo volume. Irritadiça, incoerente e impulsiva, faltou em America muito do controle que me fez admirá-la. Entendo que os seus sentimentos confusos tenham contribuído para isso, mas ao invés de buscar resolver os problemas e dirimir suas dúvidas, ela caminhava em círculos sem de fato se posicionar. Ela jogava toda a responsabilidade de decidir para Maxon e Aspen porque tinha medo de tomar a decisão errada e acabar sozinha no final. Sua preocupação em se cercar de cuidados para não perder nem um dos dois me incomodou demais e acabou destruindo a imagem que eu tinha dela.

Diferente do primeiro livro, outros personagens passam a ganhar destaque na história. A Kriss e a Celeste foram as Selecionadas que mais apareceram e podemos observar em cada um delas coisas que em um primeiro momento passaram despercebidas. Um dos principais pontos com relação ao Maxon que foi possível ver em "A Elite" foi a sua maneira diplomática de tentar resolver os problemas. Um contraponto ao modo de agir de America que me deixou apaixonada pelo príncipe. Sua postura diante de momentos decisivos mostrou o quão forte ele era e como tinha capacidade para se tornar o rei que Iléa precisava. Conhecemos também alguns segredos do seu passado que dizem muito sobre ele, além disso, a autora mostra um pouco mais da sua atuação no cenário político e os planos que ele tem para resolver o problema dos rebeldes.

Não acho que estou sendo injusta ao dizer que esse é o livro mais fraco da série. Ainda mais quando tenho tão claro em minha mente todas as birras e atitudes incongruentes de America. Sendo bem sincera, ela é o maior problema de "A Elite", já que no tange aos demais personagens pude ver uma coerência muito maior nos seus pensamentos e ações. Enxergar todos esses defeitos não me fez parar com a leitura de "A Seleção", pois apesar de ter pego um tremendo spoiler a respeito do final da série, a curiosidade de saber como tudo se encaixaria no final foi maior e assim que eu encerrei esse título fui correndo pegar "A Escolha". E olha, posso dizer que suportar a America aqui valeu a pena quando finalmente pude conferir o que a autora preparou para os seus leitores no volume final dessa série distópica.

Antes, a Seleção parecia se resumir a uma escolha: Maxon ou Aspen. E como se meu coração conseguisse escolher facilmente, ela acabou se desdobrando em tantos outras coisas. Pág. 238



--- Isabelle Vitorino ---

Postar um comentário

Obrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre.

- Caso tenha uma pergunta deixe seu e-mail abaixo que respondo assim que o comentário for lido.

- Caso sua mensagem não tenha relação com o post, envie para o e-mail.