Resenha: Desventuras em Série – A Sala dos Répteis por Lemony Snicket

Continuando nosso especial, vamos agora para o segundo livro dessa série de tristes acontecimentos aos irmãos Baudelaire, onde eles terão que encarar seu novo tutor, a Víbora Incrivelmente Mortífera e seu antagonista, o perverso Conde Olaf.

Título: A Sala dos Répteis
Série: Desventuras em Série #2
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 184
Onde comprar: Saraiva
Lemony Snicket é um autor que não pode ser acusado de falta de franqueza. Sabe que nem todo mundo suporta as tristezas que ele conta e por isso - para que depois ninguém reclame - faz questão de avisar: "Se você esperava encontrar uma história tranquila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. A história pode parecer animadora no início, quando os meninos Baudelaire passam o tempo em companhia de alguns répteis interessantes e de um tio alto-astral, mas não se deixem enganar...". Os Baudelaire têm mesmo uma incrível má sorte, mas pode-se afirmar que a vida deles seria bem mais fácil se não tivessem de enfrentar o tempo todo as armadilhas de seu arqui-inimigo: o conde Olaf, um homem revoltante, gosmento e pérfido. Em Mau começo ele deu uma pequena amostra do que é capaz de fazer para infernizar a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire - e aqui as coisas só pioram.


Depois do desastroso encontro com Conde Olaf, nossos pequenos e azarados heróis agora estão novamente com o Senhor Poe, que os encaminha a seu novo tutor. Trata-se do Tio Moony. Moony é um especialista em réteis, tendo vários animais da espécie em sua estufa, para estudo. O receio das crianças logo some, quando percebem que Moony é um tio extremamente alegre e cativante. Ele fica muito feliz com as crianças em sua casa, fazendo diversos planos para o futuro, próximos ou não, enquanto fica muito interessado nas habilidades naturais do jovens, já conhecidas por nós (Violet sendo inventora, Klaus um leitor voraz e Sunny, o bebê mordedor).

Para demonstrar seu trabalho, Tio Moony, apresenta aos jovens sua mais recente descoberta, a Víbora Incrivelmente Mortífera! E, para o horror de Klaus e Violet, Sunny acaba sendo mordida pela cobra! Para surpresa de todos, a mordida é algo totalmente insignificante, pois a Víbora Incrivelmente Mortífera foi o nome dado por Tio Monny como brincadeira, pois ela é o animal menos perigoso e mais amável de todo o reino animal! Tudo parece ir bem, eles até mesmo tem uma viagem expedicionária marcada para o Peru, e parece que nossos jovens e bravos protagonistas encontraram afinal um lar feliz para viver...

Mas eles não poderiam estar mais enganados.

Toda a felicidade da vida nova some com a chegada de Stephano, o substituto do assistente do Tio Moony. Sem conseguir enganar nenhuma das crianças, elas descobrem a real identidade desse homem assim que o veem: trata-se de ninguém mais, ninguém menos, que o Conde Olaf disfarçado! Agora as crianças precisam desmascarar o pérfido vilão ao Tio, antes que seja tarde demais!

Esse livro é particularmente um dos meus favoritos da série. Além de personagens ótimos, a trama torna-se envolvente após um crime que acontece na casa, sendo necessária uma investigação para descobrir o assassino. Não comentarei sobre quem foi assassinado, apesar de ser meio óbvio e o próprio narrador entregar o outro no começo do livro.

O narrador foi bem feliz em toda a escrita. Trazendo sempre aquelas informações discutidas no primeiro livro (expressões e suas explicações, algumas informações apresentadas de forma mais lúdica e divertida), ele fez uma história fechada, onde todos os personagens conseguem ter seu destaque no momento certo.

A crítica desse livro se encontra na investigação em si. Vai nos ensinar a importância de não tirarmos conclusões precipitadas e que necessitamos avaliar com cuidado todos os elementos de uma história (ainda mais um crime), pois a verdade pode ser encoberta através de pequenos detalhes. A coisa que mais me irrita nesse, e nos demais livros da série daqui pra frente, é que os personagens não conseguem aprender com suas falhas, pois nem o Sr. Poe, o Tio Moony, ou outro adulto conseguem levar fé nas palavras das crianças, sendo necessário sempre que elas desmascarem o vilão. Mas creio que isso é a intenção do autor, pra nos mostrar o quão tolos somos nós, adultos.

A Sala dos Répteis é uma aventura divertida, apesar de algumas tristezas, e que firma a saga como uma das mais brilhantes já feitas para crianças. Ao leitores que são pais, façam um favor a si mesmos e a seus filhos, leiam essa divertida aventura com eles!

“Ás vezes, quando alguém diz uma mentira, é melhor ignorá-la inteiramente” – Pág. 160

--- Marcel Elias ---

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