Curta Cinema: Mad Max – Estrada da Fúria


Título no Brasil: Mad Max – Estrada da Fúria
Título Original: Mad Max – Fury Road
Diretor: George Miller
Duração:120 minutos (2 horas)
Elenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne.
Após ser capturado por Immortan Joe, um guerreiro das estradas chamado Max (Tom Hardy) se vê no meio de uma guerra mortal, iniciada pela Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) na tentativa se salvar um grupo de garotas. Também tentanto fugir, Max aceita ajudar Furiosa em sua luta contra Joe e se vê dividido entre mais uma vez seguir sozinho seu caminho ou ficar com o grupo.


Louco, insano, violento e divertido. Não há adjetivos suficientes para descrever o quão extraordinário o novo filme do gênio George Miller é. Ele que foi diretor da trilogia "Mad Max" original, dirigiu também "O Óleo de Lorenzo", "Babe, o porquinho atrapalhado" e "Happy Feet", todos sucesso de público e de crítica,  e que mostram o quão plural é o trabalho de Miller.

Em seu mais novo projeto, Miller mostra que a demora de quase 30 anos (o último filme da franquia Mad Max é de 1985) foi extremamente recompensadora. O filme é uma verdadeira aula de como se fazer um blockbuster de ação. O mais bacana disso é que Miller faz questão de usar pouquíssimos efeitos especiais e aposta o máximo possível em efeitos práticos (o que culminou em altos custos com seguro de vida de dublês). Mas não é só isso, o filme conta com uma bela fotografia proporcionada pela rodagem no deserto da Namíbia.

O filme já começa a mil por hora com o Interceptor (nome do veículo do protagonista) sendo capotado em uma belíssima cena que dita o que veremos nas próximas duas horas do longa, bem como, com a sua captura realizada por homens conhecidos como "garotos de guerra" que levam Max (Tom Hardy) para uma cidadela comandada pelo Imortal Joe (Hugh Keays-Byrne, o Toecutter do Mad Max original). Imortal Joe é um vilão com caráter messiânico que funciona como o soberano, visto que controla através de uma engenhoca uma máquina que extrai água do fundo da terra (sim um poço, porém muito mais estiloso e adequado aquele mundo). Ele organiza sua sociedade de modo muito peculiar, tendo "filhos" e pessoas definidas para cada tipo de função.

Vale ressaltar que Max não vira um prisioneiro especificamente e sim uma espécie de banco sanguíneo para o garoto de guerra Nux (Nicholas Hoult). No meio de tudo isso Furiosa (Charlize Theron) foge com a máquina de guerra, um super caminhão, e leva as esposas de Joe, mobilizando um verdadeiro exército para capturar a máquina de guerra, trazer suas esposas e de quebra matar Furiosa. O mais incrível é que tudo isso ocorre nos primeiros 30 minutos de projeção e a partir daí o filme vira uma grande perseguição que mal nos deixa com tempo para pensar direito. E olha, isso não é ruim, pelo contrário é excelente!

Porém é nos aspectos técnicos que o filme realmente se mostra um espetáculo em todos os quesitos. A fotografia mostra um mundo devastado onde poucos sobrevivem e as cenas de ação são uma verdadeira aula sobre como fazer cinema de ação. A classificação indicativa é um dos pontos altos do filme, já que não há nada que não seja permitido. Ponto não só para a Miller, mas também para a Warner que deu oportunidade para Miller fazer um filme com grande orçamento (150 milhões mais caro que todos os Mad Max anteriores juntos). Miller também fez sua parte com uma excelente equipe técnica, inclusive com muitas pessoas de sua confiança que já haviam trabalhado com ele em outros filme da franquia. O som foi perfeito, a fotografia impecável e as cenas de perseguição mais insanas e bem realizadas da história do cinema.

O elenco está sensacional. Tom Hardy entrega um Max mudo, diversas vezes usando uma carapuça egoísta apenas para se mostrar traumatizado por não conseguir salvar pessoas no passado e preferindo não se apegar a pessoas com receio de que o mesmo aconteça novamente. Além é claro, de sua postura condizente com o personagem – um andarilho solitário.

Porém os destaques vão mesmo para Theron como Furiosa, que foge do clichê de mocinha em perigo e é tão boa de briga quanto o próprio Max – que de certo modo acaba se tornando coadjuvante do seu próprio filme em alguns momentos. Além do mais, Miller acertou no tom dos dois jamais nos entregando um par romântico. Outro destaque vai para Nicholas Hoult com Nux, um personagem que funciona de certo modo como alivio cômico além de possuir um plot twist deveras orgânico e extremamente funcional.

Com um excelente diretor, liberdade criativa, orçamento de filme adequado, elenco entrosado e efeitos práticos que deixam o filme muito real – ao invés de ficar parecendo que estamos vendo um videogame no cinema –, Mad Max, ao meu ver, é até o momento o maior blockbuster de ação da década. Um verdadeiro clássico, mais do que obrigatório!


--- Igor Gabriel ---

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