Resenha: O Inquisidor por Mark Allen Smith
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Eu sou apaixonada
por thrillers, ainda mais aqueles que abordam de maneira mais minuciosa o
psicológico dos seus personagens. “O Inquisidor” tem isso e muito mais, por
isso, não deixe de conferir a resenha de hoje!
Título: O
Inquisidor
Autor: Mark
Allen Smith
Editora:
Record
Páginas: 416
Ano: 2015
Onde comprar:
Saraiva
Geiger tem um dom: ele sabe quando alguém está mentindo. Na função que exerce, a chamada “obtenção de informações”, Geiger utiliza sua valiosa habilidade e vários métodos psicológicos que levam suas vítimas a um ponto em que o medo supera a dor. Assim que atingem esse ponto, elas não têm mais como resistir. Uma das únicas regras seguidas pelo torturador é não trabalhar com crianças. Quando seu sócio, o ex-jornalista Harry Boddicker, lhe traz um novo cliente que exige que ele interrogue um menino de doze anos, sua resposta é “não”. Mas quando o cliente ameaça levar o menino para Dalton, um torturador sem regras, famoso por matar seus interrogados, Geiger, cujo passado é um mistério até para ele mesmo, é surpreendido por um sentimento estranho de proteção e foge com o menino na tentativa de salvar sua vida. Enquanto Geiger e Harry investigam por que o cliente está tão desesperado para descobrir o segredo guardado pelo garoto, eles se veem caçados por um adversário cruel. E é no meio dessa caçada implacável que o passado misterioso e sinistro de Geiger vem à tona.
Geiger é um
torturador profissional. Seu principal compromisso é com a verdade e ele tem
todo o aparato necessário para fazer até os caras mais durões choramingarem
como bebês. Ele não quer saber para quem está trabalhando desde que o seu
cliente obedeça às suas regras: ele não trabalha com crianças nem com idosos. Se
eles respeitarem isso e pagarem bem, considerem o trabalho feito. Contando com
a ajuda de Harry para analisar os casos previamente, ele jamais imaginou que as
coisas fossem dar tão errado ao aceitar um caso de emergência. Desrespeitando claramente
as suas imposições, o seu cliente leva um garoto de doze anos até o lugar onde
ele comandava as sessões e tenta coagi-lo de todas as formas para realizar o
trabalho. Percebendo o desespero do cliente, ele age impulsivamente pela
primeira vez em muitos anos e entra em um problema de proporções maiores do que
a que ele imaginava.
Mark Allen Smith tem
um jeito muito peculiar de escrever e que eu particularmente adoro em livros
policiais: a descrição com ênfase no aspecto psicológico dos seus personagens. É
certo que quando comecei a ler o livro pensei que se tratasse de algo um tanto
mais sanguinário e porque não, com mais ação, mas no decorrer da leitura acabei
me acostumando com a introspecção da história e passei a gostar da tensão
psicológica que norteia o livro. Muito disso está relacionado à Geiger. Ele é
um protagonista com ares de antagonista, cujas ações na maior parte do tempo
podem ser consideradas escusas, mas acabam sendo explicadas quando mergulhamos
na escuridão do seu passado.
A verdade é que Geiger
não sabe o que aconteceu com ele na sua infância e pequenos flashes vem a ele
através de sonhos (estão mais para pesadelos). Sem conseguir interpretar a
subjetividade contida neles, ele visita um psicólogo, ainda que de modo
relutante, para descobrir o que ocorreu. E é nessas sessões que conhecemos um
pouco da fortaleza mental que ele possui. Essa característica sua, pode ser
considerada a mais crucial, já que é ela que nos faz entender como ele capaz de
incutir tamanho horror as pessoas que ele interroga. Há de se pensar que uma
pessoa que pode ser considerada uma inquisidora, não possui escrúpulos nenhum,
mas Geiger tem. E é justamente por causa disso que ele se mete em uma
enrascada.
Na tentativa de
proteger Ezra, um menino de doze anos levado até ele para ser interrogado, ele
conquista um inimigo poderoso que passa a persegui-lo de forma implacável. Ezra
é um personagem interessante, diferente de outras crianças da sua idade, ele
tem certa calma que confere a ele um ar quase que etéreo. O seu gosto por
música e sua delicadeza acabam conquistando Geiger, que mesmo sendo durão,
mostra que dentro dele há algo mais. Um personagem que eu também gostei
bastante foi o Harry. Por muito tempo ele levou uma vida medíocre e quando é
convidado a trabalhar com Geiger as coisas parecem possíveis de melhorar. No entanto,
ele possui uma irmã que precisa de cuidados e que na maior parte do tempo,
mostra o quanto ele a considera como um peso morto – apesar de amá-la.
Diante disso, não há
dúvidas de que “O Inquisidor” possui muitas emoções à flor da pele. Tudo tem
importância e as nuances do que há na mente de cada um tornam as coisas ainda
mais intensas. Com relação ao final, achei a proposta do autor no mínimo
interessante. Não foi o que eu esperava, mas isso não diminui o quanto me
envolvi com o livro. Entretanto, tenho de alertá-los a respeito da morosidade
que pode ser observada em determinadas partes da história, se o autor tivesse
mostrado determinados aspectos antes, o enredo poderia ter sido abordado de uma
forma mais envolvente para leitores de livros policiais que tem predileção por
histórias rápidas e que possuem um ritmo mais acelerado. Mas como disse antes,
como um todo, o livro não só funcionou para mim, como também, me surpreendeu.
Se você faz o que quer da vida e não engana a si próprio em relação às escolhas que faz, então não há arrependimentos, e um homem sem arrependimentos não tem medo de nada. Pág. 56
--- Isabelle Vitorino ---
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