Por Dentro das Edições: Manuscritos Notáveis por Christopher de Hamel

Olá, minha gente linda! Esses dias eu estive pensando em como muitas vezes nos apaixonamos por um livro apenas pela capa, e, não só isso, me recordei de tantas obras que adquiri ao longo do tempo por simplesmente me apaixonar pela excelente edição apresentada por algumas editoras. Em virtude disso, resolvi aprimorar a nossa análise de edições, que já contou com obras do Edgar Allan Poe e do Sherlock Holmes que eu coleciono, e trazer para vocês um pouco mais do meu mundo dos livros com obras que são de encher os olhos. E para começar muito bem, trouxe a obra "Manuscritos Notáveis" de Christopher de Hamel.

Título: Manuscritos Notáveis
Autor: Christopher de Hamel
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2017
Páginas: 680
Onde comprar: AmazonSubmarino 

Sinopse: "Misto de impressão de viagem e história de detetive, Manuscritos notáveis é, assim como cada um dos doze tesouros que o compõem, um livro de maravilhas. Nunca pudemos chegar tão perto do Evangelho de Santo Agostinho, que nos leva a uma era na qual um novo letramento cristão emergia do colapso da Roma antiga; ou de Carmina Burana, que reúne canções de amor e luxúria dos estudantes e doutos errantes da Munique do início do século XIII. Em edição colorida e fartamente ilustrada por imagens dos documentos, o autor retraça os elaborados percursos que esses valiosos artefatos empreenderam ao longo do tempo, mostrando as condições em que foram copiados, quem os possuiu ou os desejou, como foram implicados nos rumos da política e passaram a ser encarados como objetos de suprema beleza e símbolo de identidade nacional."


"Manuscritos Notáveis" é o tipo de livro que na primeira olhada já lança o leitor a uma viagem. Isso, porque, com uma edição impecável, a obra é ricamente ilustrada e repleta de fac-símiles que nos remetem a uma volta ao passado e nos apresenta os detalhes de grandes escritos. Já na introdução, o autor, Christopher de Hamel narra a expectativa de conduzir o leitor por detalhes que são conhecidos apenas por poucos estudiosos de manuscritos antigos, denominados paleógrafos, em salas climatizadas (na melhor das hipóteses) e com forte esquema de vigilância a fim de preservar ao máximo essas obras, que devem ser cuidadosamente manuseadas. 


Como o nome já evidencia, manuscritos são escritos feitos à mão. Mas não só isso, para a confecção da alguns deles foram utilizados materiais nobres, tais como o ouro, e muitos adornos. Para compor a obra, o autor escolheu 12 manuscritos que tratam de temas deveras instigantes, ainda mais se considerarmos o contexto histórico da maioria deles, como, por exemplo, religião, literatura, astronomia e comentários políticos. O melhor de tudo, é saber que a maioria dessas obras em outro momento estava restrita apenas ao âmbito acadêmico e que o leitor comum provavelmente jamais teria contato com essas obras senão por meio de um trabalho como esse desenvolvido pelo autor.


Para além, devo salientar que uma das coisas mais brilhantes que já tive o prazer de ver foi a forma com que Christopher de Hamel conduz o seu público por um emaranhando de informações que, por vezes, deixaria atônito qualquer leitor inexperiente, de forma tão tranquila quanto um passeio de cabriolé no século XIX. E isso significa muito, porque os manuscritos analisados nessa obra remotam à Idade Média e, portanto, caracterizam um verdadeiro desafio para não só entender o porquê de terem sido escritos, como também, em qual contexto devem ser interpretados.








Certamente, mais do que uma obra para encher os olhos, "Manuscritos Notáveis" é um livro que nos deixa irremediavelmente conectados aos segredos escondidos em cada linha. Seria impossível trazer de forma tão rica, quanto a que me foi apresentada pelo autor, a beleza de conhecer esses textos e a importância que eles têm para a história, portanto, me limito a dizer-lhes que mais do que uma bela edição, que conta com capa dura e impressão em papel pólen, o livro de Christopher de Hamel transborda informações que manterá, até o leitor mais despretencioso, atento a tudo o que está sendo mostrado.

[...] Há aqui, em cada capítulo, novas observações e hipóteses, e para obtê-las nada mais inteligente do que mergulhar nos originais. Olhe bem de perto. Se quiser, use uma lupa. Recoste-se: vire as páginas e ouça em silêncio o que os livros lhe dizem. Deixe que falem. - Pág. 9

--- Isabelle Vitorino ---

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