Resenha Especial: O Mágico de Oz por L. Frank Baum

"O Mágico de Oz" ficou eternizado na mente de muitos com a adaptação cinematográfica de 1939, com Judy Garland e, mais recentemente, com a adaptação de 2013. É uma história tão disseminada que sempre achamos já saber de todos os elementos que permeiam esse universo. O que poucos sabem é que esse clássico da literatura infantil americana é uma história com um fundo filosófico belo e único, que nos ensina muito mais do que as telas nos mostram e que, literalmente, quase não tem fim. E, só para constar, sapatinhos prateados são mais bonitos que os vermelhos!

Título: O Mágico de Oz
Série: O Mágico de Oz #1
Autor: L. Frank Baum
Editora: Zahar
Páginas: 256
Ano: 2013
Onde comprar: Submarino
Sucesso imediato junto aos leitores logo após sua publicação, O Mágico de Oz tornou-se a mais famosa história infantil da literatura americana. Adaptada para o cinema e o teatro, cantada, citada, traduzida para inúmeros idiomas, a trama enganadoramente simples do livro é capaz de surpreender mesmo a quem o lê repetidas vezes. A edição reúne: o texto integral da longa viagem de autodescoberta de Dorothy e seus amigos; as ilustrações originais de W.W. Denslow, incluindo 24 pranchas coloridas; e notas sobre assuntos tão variados quanto a cor dos sapatos de Dorothy, o ventriloquismo e o significado do nome Oz. Além disso, traz dois importantes textos sobre o romance. A apresentação de Martin Gardner retraça a vida e a obra de Frank Baum. Já o prefácio de Gustavo Franco inaugura no Brasil uma surpreendente leitura do romance, toda feita a partir de símbolos econômicos

Com uma característica toda sua, o livro de Baum foi visto como “literatura popular de mau gosto” pelos críticos ao longo dos anos. Para nossa sorte, o público alvo não dá atenção a crítica literária e caiu de amores pelas aventuras de Dorothy e seu cãozinho Totó.

Numa rápida sinopse, Dorothy é uma pequena garota que vive com os tios, nas grandes pradarias do Kansas, quando um ciclone chega ao local onde eles moram. Os tios conseguem chegar ao abrigo e se proteger, mas a menina acaba ficando na casa, que acaba por ser levada pelo ciclone.

Após um curto período te tempo, aonde a casa vai sendo levada pela força da natureza, a mesma acaba por cair em no reino mágico de Oz. Assim que chega, Dorothy descobre que a casa acaba por cair em cima da Bruxa Má do Leste, matando assim a megera, para a alegria dos moradores daquela região, os Munchkins. Dorothy então acaba se tornando uma heroína, mas tudo que a criança deseja é retornar para casa, ao lado de seus tios.

Portando agora os sapatinhos prateados da Bruxa Má de Leste (Um detalhe que será muito importante para a história) e acompanhada de seu fiel amigo Totó, Dorothy parte rumo a Cidade Esmeralda, onde o tão famoso Mágico de Oz poderá ajudá-la a retornar para seu lar.

Durante o caminho, Dorothy encontrará três incríveis companheiros de viagem. O Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão. Os três também desejam ver o mágico, pois o Espantalho deseja um cérebro, o Lenhador um coração e o Leão, coragem.

A partir daí deixo com vocês a curiosidade de ir atrás desse livro repleto de aventuras e incríveis narrativas!

A respeito do livro, Baum claramente usou como inspiração o clássico infanto Juvenil Alice, do Lewis Carrol, pois ambos os livros abordam sobre uma jovem moça que se vê em uma terra desconhecida e mágica, tentando desbravar esse novo território.

Assim como outras histórias já citadas aqui no blog, "O Mágico de Oz", além de uma descrição bem feita dos lugares e uma história linear, traz personagens muito bem caracterizados, com que leitor logo se identifica.

Sobre as questões filosóficas a cerca da obra, o mais curioso é quando notamos que tudo não passa de uma grande sátira e uma alegoria a nossa realidade. Baum não apenas se preocupou com os aspectos infantis, como inseriu ali críticas à sociedade e também a nós, enquanto indivíduos.

É interessante quando percebemos que tudo aquilo que nossos protagonistas carismáticos tanto almejam, eles na verdade já tem. O Espantalho é o mais esperto, sempre com ótimas ideias, o Lenhador é, junto com a Cinderella, em minha opinião, o personagem mais gentil que pode conhecer na literatura, e o Leão, apesar de medroso, sempre encara os desafios, principalmente quando é para auxiliar seus companheiros. Uma clara demonstração de que, por muitas vezes, nós não conhecemos a nós mesmos e nossas próprias capacidades.

A pequena Dorothy foge do padrão de que mocinhas meigas são fracas. Ela é uma personagem que, apesar de toda sua inocência e candura, tem uma forte presença durante toda a história, sendo praticamente a líder de todo o grupo.

Um personagem que eu simplesmente detesto (por motivos próprios, afinal ele é extremamente bem caracterizado) é o Mágico. Não planejo dar spoiler, pois pode ser que haja alguém que ainda não conheça a obra, mas quando descobrimos a verdade sobre ele, a meu ver, é algo extremamente revoltante e não consigo mensurar o quão ruim acho que uma pessoa pode ser, quando faz algo como o que ele fez. Fica aí minha pergunta, para os que já conhecem a história: Será que não conhecemos muitos Mágicos de Oz, como esse, em nossas vidas?

Sobre continuações, o Mágico de Oz é uma obra que tem MUITAS continuações! Se não me engano, são mais 13 livros (bem mais, pra falar a verdade). Infelizmente, nunca tive a oportunidade de ler nenhum (O único desse universo que tenho muita vontade de ler é Wicked), mas fica aí a dica para quem se encantou pela história e deseja mais, só não sei se foram traduzidos para nossa língua.

Recomendo que, aqueles que têm posse da edição da Zahar, leiam o prefácio do Gustavo Franco, em que ele disserta sobre as alegorias políticas e monetárias da obra. É um conteúdo extra que a editora nos presenteia dando uma nova perspectiva sobre a obra.

O Mágico de Oz é aquela estória que, junto com Peter Pan e Alice, aquece nossos corações, ao mesmo tempo em que nos faz perceber o mundo com outro olhar. E, se tem uma coisa que o livro nos ensina, acima de tudo, e que foi bem citado pela atriz Judy Garland é:

There’s no place like home

– Como é que eu poderia deixar de ser um farsante? - pensou ele. - Essas pessoas me pedem coisas que todo mundo sabe que são impossíveis. - Pág. 187

--- Marcel Elias --- 

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