Resenha: Marcada Para Morrer por Kim Harrison

Histórias sobrenaturais que vão além de uma abordagem romântica sempre despertam o meu interesse. Elas são tão difíceis de serem encontradas que tenho certa dificuldade em controlar minhas expectativas com relação a elas. Mas por sorte, em “Marcada Para Morrer” eu não tive que lidar com uma decepção, pois a autora Kim Harrison não só prometeu, como também, cumpriu a sua promessa de trazer uma leitura arrebatadora para os seus leitores.

Título: Marcada Para Morrer
Série: Hollows #1
Autor (a): Kim Harrison
Editora: Pavana
Páginas: 392
Ano: 2014
Onde comprar: Saraiva
Durante séculos criaturas sobrenaturais viveram lado a lado com os seres humanos sem que estes percebessem seus poderes. Até que um acidente muda tudo. Um vírus letal escapa de um laboratório e aniquila grande parte da população mundial. Os impercebidos, porém, são resistentes à ameaça. Bruxas, fadas, pixies, lóbis e vampiros – todos sobrevivem. E não hesi­tam em aproveitar a oportunidade que o destino lhes oferece de se revelar diante de todos. Em Marcada para morrer, a caça-recompensas Rachel Morgan, uma bruxa atrevida e corajo­sa, tenta manter sob controle um mundo em constante ebulição. Frustrada com seu empre­go, ela pede as contas e passa a trabalhar como autônoma. A decisão intempestiva lhe custa a ira do ex-chefe, que coloca sua cabeça a prêmio. Enquanto tenta proteger a própria vida, Rachel começa a investigar um esquema de tráfico de biodrogas e ganha a ajuda inesperada de Ivy, uma vampira sedutora, e de Jenks, um pixie rabugento mas muito eficiente.

Rachel Morgan é uma bruxa que trabalha como caça-recompensas para a agência de investigação sobrenatural denominada SI. Em busca de reconhecimento, ela se esforça para ser a melhor apesar de ser alvo constante do azar e de saber que nunca superaria a vampira Ivy. Sendo rebaixada a trabalhos vergonhosos que qualquer estagiário seria capaz de executar, ela toma uma decisão que pode mudar a sua vida durante a apreensão de um leprachaum que praticava sonegação de impostos: ela iria pedir demissão. Isso não seria um problema se histórias estranhas a respeito de mortes de alguns ex agentes da SI não fossem um segredo para os habitantes de Hollows. Mas ela não iria permitir que o medo lhe parasse, ainda mais porque inesperados aliados prometeram ajudá-la durante esse período de transição.

No entanto, contrariando todas as suas expectativas de sair da agência sem despertar a ira do seu chefe, ao cruzar as portas do prédio que um dia ela trabalhou uma sentença de morte pairava sob sua cabeça. Sem saber até onde Devon era capaz de ir para puni-la, ela passa a sofrer ataques constante de criaturas sobrenaturais e de feitiços a base de magia negra. Cada vez mais encurralada na igreja que havia se tornado o seu lar, os planos de ter a sua própria agência de investigação parece um sonho distante. Mas como a bruxa teimosa que era, ela não permitiria que o crápula do seu ex chefe dominasse sua vida para sempre e começa a procurar uma maneira de pagar pela sua vida. Para sua sorte (ou azar), o seu passaporte para liberdade estava ligado a Trent Kalamack, um homem esquivo e poderoso, que não se rendaria tão fácil diante dos seus ataques.

Como um bom Urban Fantasy, “Marcada Para Morrer” envolve o leitor desde o princípio. Narrado em primeira pessoa, é através da Rachel que conhecemos a história e observamos a maneira peculiar com a qual a autora Kim Harrison elaborou o seu enredo. Sendo o primeiro livro da série “Hollows” que conta com treze livros no total, a trama traz o melhor do universo sobrenatural de forma leve e divertida. E quando digo divertido, quero dizer que de fato você vai rir (às vezes até gargalhar) com as piadinhas irônicas e as situações constrangedoras que podem ser encontradas do início ao fim. Repleto de cenas de ação, não são raras as ocasiões em que a autora surpreende o leitor com algo que parece completamente inimaginável, mas que ela consegue dar vida de forma magistral.

Com relação a esse ponto, fiquei completamente embasbacada com a capacidade dela de colocar a Rachel em enrascadas. De verdade, apesar de ter sido sérios problemas com a personagem no começo do livro pelas implicâncias sem fundamentos dela com a Ivy, eu fiquei com tanta dó das tragédias que passaram a acompanhá-la que passei a relevar mais os ataques histéricos dela. O que valeu a pena, já que no decorrer do livro a autora mostra um crescimento da personagem muito bacana e que foi decisivo para que eu colocasse a série entre as minhas prediletas do gênero. Principalmente porque ela deixou de fora um aspecto que tem sido uma constante nos livros atuais e que tem me cansado sobremaneira: o apelo sexual. Isso não quer dizer que não há sensualidade, porque sim, há muita. Ela só faz isso de um jeito diferente ao deixar por conta do leitor imaginar e ler nas entrelinhas de suas insinuações.

Uma personagem que é o sexy appeal em pessoa, é a vampira Ivy. Forte e leal, ela me conquistou desde a sua primeira aparição. Tanto que ela foi o motivo para eu não concordar com a maneira que a autora resolveu o caso “Kalamack”. Depois de tudo, acho que ela tinha sim o direito de ter mais um pouco de destaque e não de ser deixada de lado como foi. Ainda bem que Harrison compensou isso dando mais espaço para o Jenks brilhar, ele que foi um pixie extremamente confiante e sarcástico não merecia outra coisa que não reconhecimento. Só gostaria de ter visto um pouco mais de Trent, pois o que vi não foi suficiente para formar uma opinião exata ao seu respeito. Até mesmo porque, sua personalidade dúbia deixa no ar que quem ele é vai muito além das suas ações.

Sinceramente, eu não sei o que a autora deixou reservado para os seus leitores depois do final de “Marcada Para Morrer”, mas é certo que ela ainda tem muita coisa para explicar, tanto sobre o universo sobrenatural composto para o bairro de Hollows quanto sobre algumas pontas soltas que restaram de determinados pontos do livro. Só espero que ela tenha feito isso de maneira tão graciosa quanto fez nesse volume e que tenha continuado a colocar a sua mescla perfeita de investigação, humor, amizade, sensualidade e romance. Dito isso, não posso encerrar essa resenha sem antes indicar fervorosamente esse livro para todos os leitores que gostam de um bom livro de fantasia urbana, como também, para os que não abrem mão de vez ou outra fazer uma leitura divertida e instigante. Em suma, este é um livro que eu recomendo!

Rachel Morgan, caça-recompensas particular. Todos os direitos defendidos com seriedade. Todos os erros vingados com sinceridade. Pág. 24

Playlist:


--- Isabelle Vitorino ---

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