Resenha Especial: Orgulho e Preconceito por Jane Austen
Marcadores:
Clássico da Literatura,
Jane Austen,
Martin Claret,
Orgulho e Preconceito,
Resenha,
Resenha Especial,
Romance
Durante anos ouvi falar da brilhante escrita de
Jane Austen, todos que já leram alguma obra dela sempre me forneceram alguns
detalhes sobre o primoroso modo que ela encontrou para falar sobre os
sentimentos humanos e o comportamento da sociedade de sua época. Estas pessoas
(cuja empolgação sempre me causou curiosidade) me diziam que ao contrário dos
romancistas modernos, Austen, conseguiu passar longe dos termos piegas e fútil
com maestria. E
foi, em meio a tantos elogios que em uma certa noite de inverno eu decide que
precisava ler Orgulho e Preconceito, que eu precisava comprovar com meus próprios
olhos o talento dessa autora que mesmo depois de mais de duzentos anos, ainda
consegue, surpreender e emocionar, os seus leitores mais críticos.
Título: Orgulho e
Preconceito
Autor (a): Jane Austen
Editora: Martin Claret
Ano: 2010
Páginas: 640 (235 a 468)
Autor (a): Jane Austen
Editora: Martin Claret
Ano: 2010
Páginas: 640 (235 a 468)
Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.
Elizabeth é a segunda filha mais velha das cinco irmãs da família Bennet, com uma mãe metida à casamenteira e um pai recluso em seus próprios pensamentos, ela e sua irmã Jane compartilham tudo como as grandes amigas que se tornaram ao longo dos anos. Vivendo num lugarejo da Inglaterra onde todos se conhecem, a família logo recebe uma notícia animadora por meio da Sra. Bennet: um jovem muito rico, chamado Sr. Bingley, havia alugado Netherfield Park, para se estabelecer durante uma temporada. E o melhor de tudo: ele era solteiro.
Encantada com a ideia de ter uma de suas filhas
casadas com o jovem. A matriarca da família, insiste em levar todos para um
baile que não só marcaria a chegada do rapaz, mas também, a vida de toda a
família. Principalmente a de Elizabeth, que ao ter seu orgulho ferido por Mr.
Darcy, o melhor amigo do Mr. Bingley, decide que não sentiria nada por ele além
de desprezo. Contudo, a vida lhe surpreende e a ensina que nem
tudo é o que parece ser, e que às vezes é preciso uma forcinha do destino para
se viver um grande amor.
"Orgulho e Preconceito" é palco de
uma trama extremamente peculiar e bem escrita, onde as relações familiares são
o grande mote para que tudo aconteça de forma com que Mr. Darcy e Elizabeth
venham a se encontrar durante boa parte da história. Esta interação também favorece o início do relacionamento de ambos, que apesar de começar de forma um tanto quanto negativa, aos poucos se torna uma relação admirável. Mas engana-se quem acredita que esta história trata apenas
de um romance recheado de drama e de amor, pois seguindo a mão paralela a
essa, Austen nos leva também a refletir sobre os costumes
de uma época extremamente machista e elitista que tem a mulher como um símbolo
de perfeição (se assim o considerarmos sob a luz da premissa de que elas deviam ser submissas e
subjugadas pelos homens sempre).
Essas características e nuances evidenciadas no decorrer do romance, mostram de maneira muito precisa o porquê desse livro ter se tornado um clássico da literatura mundial, bem como, o porquê de Jane Austen ser uma das figuras mais importantes da história literária. Tenho certeza que qualquer pessoa que tiver contato com esse livro verá que a sua beleza além de ser constituída pelo modo como a autora nos mostra um amor construído por erros, arrependimentos e reparações, é construída também pela sinceridade contida na crítica genuína de uma época que na maioria dos livros é retratada apenas como o palco de histórias sobre príncipes e princesas que viveram felizes para sempre, mas que na verdade, está bem distante da realidade.
Elizabeth, que sentia algo a mais do que um constrangimento e uma ansiedade comuns pela ansiedade dele, esforçou-se por dizer alguma coisa; e de imediato, embora não com desenvoltura, deu a entender que os seus sentimentos haviam sofrido uma mudança tão considerável desde a época a que ele se referiu, que agora recebia com gratidão e prazer as suas declarações. A felicidade que tal resposta provocou foi como provavelmente ele nunca sentira antes; e ele se exprimiu com todo o sentimento e toda a emoção de um homem profundamente apaixonado. Se Elizabeth tivesse podido encontrar o olhar dele, teria visto como lhe caía bem a expressão de íntima alegria que tomou conta do seu rosto; mas, embora não pudesse olhar, podia ouvir, e ele lhe falou de sentimentos que, ao provar como era importante para ele, tornava seu amor cada vez mais precioso. Págs. 454 e 455
--- Isabelle Vitorino ---
8 comments
Adorei o blog, muito lindo, amei tudo. Parabéns mesmo, vou sempre estar aqui :)
ontendency.blogspot.com
Ótimo? Eu diria Espetacular! *-*
Eu ainda não li o livro, mas já assisti o filme e fiquei apaixonada pela história, com toda certeza, espero ler ele um dia. Ainda mais depois de tantos elogio!
=D
Esse é um dos livros que está na minha estante há MUITO tempo. Pra variar eu assisti o filme primeiro e fiquei com receio de ler, mas depois da sua resenha despertou outra vez a vontade de ler e de me apaixonar como todas as pessoas que leram. Nunca vi ninguém falando mal desse livro. Elizabeth parece ser um personagem que irei gostar, pois é forte. E parece não ser aquela que fica em um canto sofrendo em silêncio.
bjs
Niii
http://amordelivros.blogspot.com.br/
Esse livro é muito bom, Jane Austen escreveu uma história linda. Os personagens dela são marcantes, gosto muito da Elizabeth e Do Sr. Darcy.
Nunca li nenhum livro da Jane Austen, tenho muita vontade de lê-los porque todas as pessoas que conheço que já leram alguns livros dela dizem são muito bons. Assisti o filme deste livro neste fim de semana e me apaixonei agora fiquei bem interessada em ler o livro. mas acho que para ler Orgulho e Preconceito você tem que ter mais paciência, afinal, o livro é antigo, não é? A linguagem deve ser mais complicada.
bjim
Nossa...eu tava aqui anotando umas dicas do blog e eis que me deparo com Jane Austen.Assisti aos filmes, tenho Orgulho e Preconcetio e nunca li mais nada dela. E na sua foto tem um livro da Martin Claret com três livros.Não tinha visto este tipo de edicão , vou procurar. Já tá passando da hora de ler mais livros dela que tem tramas muito bem escritas ,como você bem lembrou na resenha.
Abraços
Eu vi o filme e amei.. Então comprei o livro, mas ainda não tive tempo de ler... Parabéns pela a resenha estava ótima...
Postar um comentário
Obrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre.
- Caso tenha uma pergunta deixe seu e-mail abaixo que respondo assim que o comentário for lido.
- Caso sua mensagem não tenha relação com o post, envie para o e-mail.