Resenha: O Azarão por Markus Zusak
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Desde
que li ‘A Menina que Roubava Livros’ no colegial, Markus Zusak se tornou meu
herói literário. A escrita dele é tão real, tão palpável, que é impossível não
se identificar com aquilo que ele põe no papel. Contudo, tenho que confessar
que apesar de promissor, o primeiro livro escrito por Zusak está distante
daquilo que me transformou em sua fã.
Título: O Azarão
Série: Irmãos Wolfe #1
Autor: Markus Zusak
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 176
Ano: 2012
Onde comprar: Saraiva
Narrado em primeira pessoa, o livro apresenta a história de Cameron Wolfe, um garoto de 15 anos, perdido na vida e que vive às turras com a família. Trabalha com o pai encanador e sua mãe está sempre brigando com os filhos, na pequena casa onde todos moram juntos. Steve é o mais velho e mais bem-sucedido. Sarah é a segunda, e está sempre dando uns amassos com o namorado. Rube é o terceiro e o mais próximo de Cameron. Os dois, além de boxeadores amadores, vivem armando esquemas para roubar lojas e outros locais do tipo. Contudo, os planos nunca saem do papel. Uma história sobre a vida e sobre as lições que dela podem ser tiradas.
Cam é o tipo de garoto que só de olhar para
ele as pessoas o consideram um perdedor. Nascido em uma família humilde e
comendo cogumelos no jantar todos os dias, até seu irmão Steve se mantém
afastado dele por considerá-lo alguém que não vale a pena perder seu tempo. O que
não acontece com Rube, já que os dois estão na mesma escala de evolução social
e se tornam ainda mais cúmplices cada vez que planejam um novo roubo – que
certamente não será bem sucedido. Mas tudo parece mudar quando Cam vai
trabalhar com o seu pai em um final de semana e conhece uma garota que apesar
de bonita, parece ser tão real que desperta nele a vontade de melhorar por ela.
O que ele não esperava era que orações noturnas e um bom coração não fossem predicados
suficientes para conquistar uma garota como aquela.
Quem já leu alguma obra do Markus Zusak certamente reconhecerá não só o estilo literário do autor, como também, algumas características de outros personagens dele em ‘O Azarão’. Eu pelo menos, senti que estava acompanhando a jornada do Ed de ‘Eu Sou O Mensageiro’ em sua versão mais jovem. Ao que se sabe essa hipótese pode ter algum fundo de verdade, já que a carreira literária de Zusak foi iniciada justamente com a trilogia dos Irmãos Wolfe. Contudo, isso não quer dizer que ele é ausente de qualidades próprias, já que é através da árdua jornada de Cam que o leitor é conduzido por uma narrativa simples e leve, mas que possui uma essência que comove, diverte e faz refletir de modo muito peculiar.
Quem já leu alguma obra do Markus Zusak certamente reconhecerá não só o estilo literário do autor, como também, algumas características de outros personagens dele em ‘O Azarão’. Eu pelo menos, senti que estava acompanhando a jornada do Ed de ‘Eu Sou O Mensageiro’ em sua versão mais jovem. Ao que se sabe essa hipótese pode ter algum fundo de verdade, já que a carreira literária de Zusak foi iniciada justamente com a trilogia dos Irmãos Wolfe. Contudo, isso não quer dizer que ele é ausente de qualidades próprias, já que é através da árdua jornada de Cam que o leitor é conduzido por uma narrativa simples e leve, mas que possui uma essência que comove, diverte e faz refletir de modo muito peculiar.
A razão principal disso é o Cam. Diferente
de outros protagonistas que já acompanhei, ele acredita que não possui nenhuma
qualidade e que está fadado a ser um fracassado. Isso está tão intricado em sua
personalidade que até mesmo em seus sonhos ele se torna alvo de julgamentos que
se concentram no fato dele não ter realizado nenhuma conquista em sua breve vida.
A maneira quase poética que o autor o conduz em meio a essas reflexões foi o
ponto mais forte do livro, já que ele foi a razão principal para que eu fosse
do sorriso a tristeza junto com o Cam.
Contudo, apesar de ser bem escrito, o
livro não é isento de defeitos. Durante toda a leitura senti certa carência de
mais atrativos na história para que eu me mantivesse conectada a ela, pois por
mais que o protagonista tenha me conquistado, a falta de um enredo mais
elaborado e de uma estrutura na trama me incomodou sobremaneira. Ainda mais
porque o livro não possui nenhum momento de clímax e o leitor percorre as
páginas de ‘O Azarão’ sem sentir grandes emoções. Sinceramente, eu não sei se isso foi algo intencional – já que ele é o primeiro volume de uma trilogia –, mas o fato é que isso pesou contra o livro de modo que se o equipararmos com as demais obras do autor ele se transforma em algo que não é nada mais que mediano.
As páginas e as palavras são o meu mundo, que se estende diante dos seus olhos e de suas mãos, para serem tocados. Pág. 174
Playlist:
--- Isabelle Vitorino ---
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