130 anos de Agatha Christie: Curiosidades sobre a escritora


E para o profundo horror do patriarcado, o principal nome da literatura policial é uma mulher!

Há 130 anos, com um pai americano com grandezas vitorianas e uma vida aparentemente já planejada, nascia Agatha Mary Clarissa Miller. Com uma educação totalmente doméstica seu pai, Frederick Miller, almejava que a filha seguisse a carreira musical, como cantora lírica ou mesmo pianista, mas a garota preferiu dar uma atenção à caneta, escrevendo poemas e contos.

Em 1914, Agatha conhece e se casa com o coronel Archibald Christie, e adora o nome do marido. Ao estourar a Primeira Guerra Mundial, Agatha torna-se enfermeira voluntária no Exército da Cruz Vermelha, onde começa a ter contato com diversos refugiados, dentre eles vários belgas, que futuramente lhe dariam inspiração para um certo detetive petulante... 

Nessa época, sua irmã lança-lhe o desafio que vai mudar o rumo de sua vida como escritora: escrever um história policial, com o adendo de que não se conseguiria descobrir o assassino até o final da mesma. Como fruto desse desafio, nasceu então seu primeiro romance policial, "O Misterioso Caso de Styles", apresentando seu previamente mencionado petulante detetive, o belga Hercule Poirot.

Porém, seu grande sucesso com o público só surge mesmo anos depois, com o lançamento de "O Assassinato de Roger Ackroyd", meu segundo favorito, diga-se de passagem! Algum tempo depois disso, Agatha resolveu fazer ritual seus personagens e desaparecer do mapa, não sendo encontrada e sendo acusada de tomar tal atitude para promover seus escritos (e errada não estava!).

Ressurge já divorciada do coronel, apesar de ainda usar seu sobrenome artisticamente, e como uma escritora bem sucedida. Acaba então por se casar novamente com o arqueólogo Max Mallowan, que leva Agatha para suas viagens pelo Oriente. São essas viagens que trazem à escritora as ideias para romances como "Morte na Mesopotâmia", "Morte no Nilo", entre outros.

Mas não apenas de Poirot viveu a carreira da Rainha do Crime. Em alguns de seus livros não temos um detetive, mas pessoas comuns tendo que lidar com o caso, como em "O Inimigo Secreto" e o queridinho de todos, "E Não Sobrou Nenhum", assim como temos também a sua detetive, Miss Marple, que basicamente é a senhora fofoqueira que tem na rua de cada bairro, de cada cidade do mundo (e se na sua não tem, é provavel que seja você mesmo(a)!)

Além de te praticamente criado o estilo whodunnit (termo abreviado da expressão "Who Done It", que literalmente significa "Quem Matou"), os romances da Agatha tem sempre suas peculiaridades: 

  • Sempre trata-se de um personagem que pouco se conhece, fazendo com que ele mais seja um motor para fazer a história ir adiante, do que de fato fazer com que nos preocupemos com o destino dele;
  • A arma do crime sempre acaba sendo algo mais old school. Uma adaga, veneno e, em alguns casos, um tiro à queima roupa;
  • O ambiente em que o crime acontece em sua grande maioria, é um ambiente fechado, ou um local inóspito: uma mansão com X número de moradores, uma ilha, um vagão de trem, um navio. Ou seja, apenas alguém entre aqueles personagens pode ter cometido o crime, fazendo com que a tensão e o sentimento de claustrofobia se intensifiquem noss forçando a ler mais e mais, até chegar ao fim.

Dona de uma vasta bibliografia, Agatha Christie não chegou onde chegou à toa. Com seu talento nato, experiências de vida ímpares e uma boa dose de criatividade, nossa autora aniversariante reinventou um gênero e fez seu nome brilhar até os dias de hoje. É por essas e outras que sempre recomendo: se você quer começar a ler e não sabe por onde, pegue o romance mais próximo da tia Agatha que estiver aos eu alcance e embarque nessas histórias únicas e inacreditáveis!

--- Marcel Elias ---

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