Resenha: O Começo do Adeus por Anne Tyler


Quando comecei a ler o livro O Começo do Adeus eu tinha uma imagem pré-concebida dele que se ajustava perfeitamente a proposta da sinopse. Contudo, com o decorrer da leitura a história apresentada foi se desmistificando do que a sinopse relatava e eu só pude lamentar, já que eu preferia muito mais a trama apresentada nela, a triste realidade do desenvolvimento do enredo feito por Anne Tyler.

Título: O Começo do Adeus
Autor (a): Anne Tyler
Editora: Novo Conceito
Páginas: 208
Ano: 2012
Anne Tyler nos leva a um romance sábio, assustador e profundamente tocante em que descreve um homem de meia-idade, desolado pela morte de sua esposa, que tem melhorado gradualmente pelas aparições frequentes da mulher — na casa deles, na estrada, no mercado. Com deficiência no braço e na perna direita, Aaron passou sua infância tentando se livrar de sua irmã, que queria mandar nele. Então, quando conhece Dorothy, uma jovem tímida e recatada, ele vê uma luz no fim do túnel. Eles se casam e têm uma vida relativamente modesta e feliz. Mas quando uma árvore cai em sua casa, Dorothy morre e Aaron começa a se sentir vazio. Apenas as aparições inesperadas de Dorothy o ajudam a sobreviver e encontrar certa paz. Aos poucos, durante seu trabalho na editora da família, ele descobre obras que presumem ser guias para iniciantes durante os caminhos da vida e que, talvez para esses iniciantes, há uma maneira de dizer adeus.

Aaron é um homem de meia-idade que acaba de perder sua esposa e está tentando dar o máximo de si para superar o ocorrido. Contudo, sua existência solitária o faz questionar todas as particularidades do seu relacionamento e o impele a desejar que Dorothy ainda estivesse ao seu lado. O que ele não esperava é que em um dia qualquer fosse encontrá-la novamente, mas a felicidade por vê-la de novo é sobreposta pelo fato dele não saber por que ela voltou. As suas conjecturas vão desde o seu isolamento social a uma possível ligação mantida entre eles após a morte de Dorothy. E enquanto ele não encontra uma resposta racional para toda essa loucura, ele se vê de frente com a dura verdade que é: o seu passado não era tão feliz quanto as lembranças faziam parecer.

Quando comecei a ler este livro eu pensei seriamente que iria encontrar um relato de alguém emergindo das sombras de um luto e que estava tentando enxergar todos os pontos cegos que fizeram dele um viúvo. Entretanto, não foi isso que encontrei. Senti que apesar da escrita de Anne ser leve e fluída, a história era tão monótona em alguns pontos que uma leitura dinâmica foi necessária para que eu não acabasse dormindo. Para mim, o maior problema do livro é a falta de carisma do personagem que narra a história, porque sim, em um livro onde a premissa é a dor e a imersão em uma jornada, cujo objetivo principal é o autoconhecimento, o leitor é engolido pelos pensamentos e memórias de uma pessoa chata, pessimista e extremamente grossa.

A forma caricata com que ele descreve as pessoas ao seu redor me incomodou muito, principalmente porque a maioria daquelas pessoas só estava tentando ajudá-lo. E não vou nem entrar na questão dele ser orgulhoso porque queria mostrar que apesar de sua deficiência era capaz de ter autonomia, porque o caso relatado pela autora era mais questão dele ter essa, tão horrenda, ignorância como um traço muito forte de sua personalidade a uma forma de se proteger do sofrimento, como a autora tenta inabilmente transparecer através da narrativa. Por fim, tenho que falar que o final foi totalmente apressado e que eu ainda não estou convencida do que a autora quis fazer com aquela junção no último capítulo. A única coisa que eu realmente gostei no livro foi a mensagem que ele traz – apesar dela só ter sido trabalhada bem no finalzinho do livro – que é: valorize as pessoas que estão ao seu redor hoje, porque você nunca sabe quando elas partirão da sua vida para sempre.




Mas ponha-se em meu lugar: pense em uma pessoa que você perdeu e de quem vai sentir saudade até o fim de seus dias e então imagine encontrar essa pessoa em público. [...] Você não questionaria sua sanidade, porque não suportaria pensar que não é real. E com certeza não exigiria explicações, nem alertaria as pessoas ao redor ou estenderia a mão para tentar tocá-lo, nem que sentisse que um toque valeria desistir de qualquer coisa. Você seguraria a respiração. Ficaria o mais imóvel possível. Pediria à pessoa amada que não fosse embora de novo. Pág. 153

Playlist:


--- Isabelle Vitorino ---

11 comments

Anônimo 19 de março de 2013 às 11:07

Sempre vejo comentários poucos negativos sobre esse livro, ele não está na minha lista de desejados, mas acho que se tivesse oportunidade eu leria.

http://iasmincruz.blogspot.com.br/

Dany 19 de março de 2013 às 11:41

Acho que eu meio que esperava isso que você falou sobre o livro.
A capa não me conquistou e a história não despertou em mim aquela vontade de o ler.
Gostei da resenha, beijos...

Edmara Oliveira 19 de março de 2013 às 16:59

Gosto de blog que fala de livros. :) Muito bom o seu espaço flor!
http://elaecrista.blogspot.com.br/

J.M. Lawrence 20 de março de 2013 às 02:58

Parabéns pelo blog ta td fantástico se puder acesse e siga meu blog ...http://portrasdodesigndemoda.blogspot.com.br/

bjs

Josi Souza 20 de março de 2013 às 08:38

Pelo que tenho visto em muitos blogs, o livro vem despertando esse sentimento em muitos leitores. Porém, ainda tenho vontade de conhecer a história espero ter a oportunidade !

Anônimo 20 de março de 2013 às 16:52

Obrigada pela visita, retornarei aqui pra ver novos posts.
Te um novinho lá no blog, tô te esperando lá.

http://iasmincruz.blogspot.com.br/

Rosana Apolonio 20 de março de 2013 às 18:17

Esse livro sempre me passava a impressão que seria sobre luto e superação, mas com a sua resenha, vejo que a autora não soube trabalhar muito bem a ideia. Entretanto, acredito que apesar da avaliação tão baixa (e eu confio muito na sua opinião), eu ainda sim o leria, pois ele é o tipo de livro que eu gosto de ler. ;)

Mandy 21 de março de 2013 às 16:24

Já li tem um tempinho, mas não gostei muito.
Achei a leitura meio maçante.

BjO
http://the-sook.blogspot.com.br/

Aninha 22 de março de 2013 às 19:20

uma pena que o livro seja tão paradão,acho que o erro da autora foi colocar o persoangem principal afogado em tanta auto piedade. =/ sim perder alguém que se ama é doloroso,mas não entendi como uma pessoa pode ser tão fechada,tão ingnorante.ótima resenha,sem spoilers e bem objetiva.

Jessica 23 de março de 2013 às 13:46

Nossa minha amiga falo que esse livro é muito parece mesmo

Camilla Santos 23 de março de 2013 às 16:07

Parece ser bom ..
Isa, obrigada pelo lindo comentário no meu blog. Fico muito feliz quando você comenta lá, infelizmente, não estou tendo muito tempo para me dedicar ao blog, pois estava com muitos trabalhos da minha escola, e o blog anda desatualizado.

Entretanto, assim que tiver um tempinho livre, irei postar novas resenhas, dicas de livros e etc. Por estar muito ocupada durante esses dias, eu não estava tendo muito tempo pra ver seu blog, mas quero que saiba, que quando eu pude vê-lo novamente amei todos os posts.

Seu blog esta cada dia melhor! eu amo ler suas resenhas e comentários, eu realmente espero que você possa ter muito sucesso com o blog Mundo dos livros, pois você com certeza merece , seu carinho e dedicação ao blog são visíveis aos meus olhos, e creio que também são aos olhos dos seus queridos leitores.

Mais uma vez, obrigada por acompanhar o blog, e também muito obrigada por todo o carinho que você tem não só com o meu blog, mas também comigo.

Grande beijo, Camilla.

http://lendoeaprendendoblog.blogspot.com.br/

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