Resenha: O Último Desejo por Andrzej Sapkowski

Esse mundo não precisa de um herói, precisa de um profissional.


Título: O Último Desejo 
Série: Geralt de Rívia - The Witcher #1
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Ano: 1993
Páginas: 318
Onde comprar: Submarino | Americanas | Saraiva

Geralt de Rívia é um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio treinado, desde a infância, para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo. Um mundo fantástico criado por Sapkowski com claras influências da mitologia eslava. um mundo em que nem tos que parecem monstros são maus e nem todos os que parecem anjos são bons.

Ahoooy, marujos e marujas! Aqui é o Juão e hoje vos trago (rufem os tambores) a Terra Média da cultura polonesa, apresento-lhes o mundo de Wiedźmin, o bruxo Geralt de Rívia!

Essa é a primeira resenha da saga de sete livros, onde até agora foram lançados seis. Porém, contudo, todavia, nossa querida Editora Martins Fontes prometeu que a continuação será lançada ainda no mês de junho, dividido em dois volumes com essas capas lindas demais (para a minha surpresa, o primeiro volume foi lançado em fevereiro desse ano). Por falar em capas, vocês podem encontrar as capas realísticas e as capas baseadas no game The Witcher 3: Wild Hunt - para quem curte uma boa jogatina, vale CADA MINUTO, tanto que ganhou o GOTY (Game of the Year) de 2015.

Famosa pela série dos jogos, muitos podem nunca ter ouvido falar dos livros e é aí que adiciono: os livros são ainda melhores que os jogos. Nesse primeiro livro, somos apresentados - através de contos escritos excepcionalmente bem - ao nosso bruxão. Desde já adianto: desconstrua os conceitos que você possa ter a respeito de um bruxo. Ele não é um cara metido num robe preto folgado segurando um cajado com bola de cristal na ponta. Não. Ele se parece muito mais com um especialista em caçar monstros. Além disso, magos, feiticeiros e bruxos possuem conceitos, construções e backgrounds diferentes.

Acompanhamos a jornada de Geralt de Rívia, um bruxo de humor ácido e sarcástico até os dentes. O processo de seleção para tornar-se bruxo começa desde pequeno, onde crianças são expostas aos mais diversos tipos de elixires e poções que provocam mutações. As poucas que sobrevivem, escapam com sequelas do processo de mutação, como protuberâncias engelhadas, sentidos apurados e /ou cabelos brancos. Terminando essa PRIMEIRA fase de seleção, o aprendiz é introduzido no treinamento de espadas, na arte da alquimia e nos estudos da feitiçaria, para daí em diante ser ordenado bruxo. Seu objetivo? Livrar esse mundo de todo tipo de monstro para o qual for contratado.

Ahh, e monstros é algo que não falta nesse universo. Aqui temos manticoras, serpes, núbilos, zygopteras, quimeras, leshys, vampiros, ghouls, lobisomens, escorpiões gigantes, estriges, tragarças, quiquimoras, wippers, escolopendromorfos (!), basiliscos, grifos e muito mais. Nas próximas resenhas irei tentar demonstrar o quanto esse universo é gigantesco e você entenderá o porquê dele ser uma febre na Polônia.


Além disso, Geralt é um lobo solitário, mas pode ter certeza que ele encontrará em suas errantes jornadas algumas figuras que insistirão em em invadir a sua leitura. Temos a distinta Yennefer que irá manchar as páginas com arrogância, magia, lascividade e um cheiro característico de lilás e groselha e também Jaskier, que sempre que aparece traz as melhores baladas que um bardo poderia compor.

Vale lembrar que Geralt NÃO é um herói. Ele segue um código pessoal de justiça, então não espera um livro onde há uma linha nítida entre o bem e o mal. Aqui tudo se mistura numa complicada esfera social. Aqui também há um punhado de raças não humanas, porém nem todas desfrutam no glamour de serem diferentes, muito pelo contrário, sofrem preconceito e indiferença.

Os anões, por serem bons artifícios conseguem se integrar a sociedade. Mas onde os elfos de Tolkien eram símbolos de luz e sabedoria, aqui são tratados como desprezo e empáfia, quase que marginalizados, vivendo às margens da sociedade ou em reservas.

Bom, essa foi a primeira resenha, espero não ter ficado muito grande. Se vale ou não vale a pena? Vale MUITO a pena! Andrzej fez uma obra prima com esse universo. Pode confiar na palavra do Juão, pois o livro vale cada centavo. É isso aí... nos vemos nos próximo capítulos do Lobo Branco. Fui!

Aos homens agrada inventar monstros e monstruosidades. Com isso, sentem-se menos monstruosos. Quando se embriagam, são capazes de trapacear, roubar, bater na esposa, deixar morrer de fome a velha vovozinha, matar a machadadas uma raposa pega numa armadilha ou ferir com flechas o último unicórnio do mundo. Nessas horas, gostam de pensar que Moahir que adentra suas choupanas de madrugada, é muito mais monstruosa do que eles. Aí, ficam com o coração mais leve e acham mais fácil tocar a vida adiante. Pág. 196

--- Juão Lucas ---

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