Resenha: A Espada do Destino por Andrzej Sapkowski

O destino é uma espada de dois gumes e você vai aprender por bem ou por mal.

Título: A Espada do Destino
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Ano: 1992
Páginas: 384
Onde comprar: AmazonSaraiva | Submarino
Geralt de Rívia é um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio, treinado desde a infância para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo. Um mundo fantástico criado por Sapkowski com claras influências da mitologia eslava. Um mundo em que nem todos os que parecem monstros são maus e nem todos os que parecem anjos são bons.

Ahoooooy, marujos e marujaass! Tudo berêza? Aqui é o Juão e vamos dar continuidade a ilustríssima saga do bruxo Geralt de Rívia em mais uma resenha maravilhouss!

E neste segundo volume, mais uma vez, a Martins Fontes nos disponibiliza capas variadas. Uma conta com a feiticeira mais deliciosamente arrogante, Yennefer de Vengerberg, já a outra traz o Geralt fielmente representado dos games, para os que conheceram o bruxão pelos consoles.

Temos aqui mais um livro de contos sobre Geralt e suas façanhas nesse universo incrível criado pelo ranzinza Andrzej Sapkowski. Porém, com histórias mais maduras que a do seu volume antecessor, contando trechos de outras épocas da vida do nosso bruxão. Há uma certa profundidade nas lições tiradas de cada conto, de modo que encontramos um Geralt angustiado em constante conflito existencial.

De cara você perceberá que ele é menos frenético porém mais imersivo. Não de um modo chato como um livro de autoajuda, mas te prendendo até nas histórias mais triviais. Ele te faz mudar como leitor, de modo que a adaptação para essa nova pegada é quase que imperceptível. Não tem pra onde negar, o cara sabe escrever. E escrever muito bem!

Por alguma ironia do destino, alguns personagens continuam acompanhando Geralt em sua jornada, como Jaskier, o bardo mais famoso dos quatro reinos e Yennefer de Vengerberg, com seus cabelos de graúna.

Porém, há a introdução de uma pessoinha. Chama-se Cirilla, ou Ciri, filha de Pavetta e Duny, neta de Calanthe de Cintra. Com certeza você deve se recordar de um banquete que acabou indo pelos ares. Essa pequena fará muita diferença na vida de Geralt e em como ele absorve os afetos do mundo, quase que humanizando o nosso bruxo.

Ciri é levada para ser treinada em Kaer Morhen, a fortaleza secreta dos bruxos, de onde Geralt se tornara bruxo. Somos apresentado a confraria de bruxos: Eskell, Cöen, Lambert e Vesemir. Apesar de tudo, Ciri não é posta as provas de ervas e as mutações, tendo um desenvolvimento normal se não contarmos o fato de que ela vem apresentando certos "dons" de clarividência que os bruxos não sabem como lidar.

Logo somos apresentados a outra personagem já citada anteriormente nos contos: Triss Merigold, uma feiticeira amiga de longa data de Geralt. Porém Triss apresenta-se mais que uma simples amiga para Geralt, de modo que da a entender que os dois já tiveram seus rolos por aí. Seria tudo muito simples se Triss não fosse melhor amiga de Yennefer. E aí já viu, né?

Ainda assim, os conflitos sociais ficam mais intrincados. Surge então bandos de inumanos auto denominados Scoia'tael, compostos majoritariamente de elfos, anões, gnomos e ananicos. Cansados da marginalização da sua espécie, os esquilos atacam caravanas e viajantes, impedindo o abastecimento das cidades e instigando seus pares a uma guerra civil contra os humanos.

Apesar de muitas estruturas conhecidas, o autor não deixa que os clichês tomem conta da sua literatura, apresentando tudo de uma maneira mais divertida e interessante. Pois aqui você conhecerá o poder da predestinação no mundo de Andrzej. Verá que ele é mais que coincidência ou o somatório de pequenos acontecimentos aleatórios provendo um determinado resultado estabelecido.

Portanto vamos ao veredito: incrível! Os contos percorrem várias hipóteses que não foram aproveitadas nos contos anteriores. Para os amantes de bestiário não se preocupem, Geralt continua deparando-se com as mais diversas monstruosidades e lidando com elas de acordo com seu código. A única coisa que tenho a dizer por ora é: continuem lendo! Prometo que é nesse livro que as coisas ficam consistentes. Super recomendo!

O Caos é uma agressão e a Ordem é uma proteção contra ela. Vale a pena correr até os confins do mundo para combater a agressão e o Mal, não é verdade, bruxo? Principalmente se, como você mesmo falou, a recompensa for condigna. Pág. 86



--- Juão Lucas ---

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