Virou Filme: Animais Fantásticos e Onde Habitam

Não há como falar desse filme com poucas palavras, ainda mais sendo uma fã que esperou tão ansiosamente pela oportunidade de voltar ao universo mágico criado por Rowling, então se acomodem aí e vamos conversar longamente sobre "Animais Fantásticos e Onde Habitam".

Título: Animais Fantásticos e Onde Habitam
Título Original: Fantastic Beasts and Where to Find Them
Lançamento: 2016
Direção: David Yates
Atores: Eddie Redmayne, Katherine Waterson, Dan Fogler, Alison Sudol, Colin Farrell, Ezra Miller, Samantha Morton, Jon Voight
Duração: 133 min.
Gênero: Fantasia, Aventura.
O excêntrico magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) chega à cidade de Nova York levando com muito zelo sua preciosa maleta, um objeto mágico onde ele carrega fantásticos animais do mundo da magia que coletou durante as suas viagens. Em meio a comunidade bruxa norte-america, que teme muito mais a exposição aos trouxas do que os ingleses, Newt precisará usar todas suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam fugindo.



Newt Scamander (Eddie Redmayne) pisa em terras americanas após uma longa viagem de navio, tudo o que leva consigo é uma misteriosa mala de mão que desperta a atenção dos fiscais de imigração, mas que não lhe causa grandes transtornos após o acionamento do botão "trouxas". Fascinado pela cidade de Nova York, ele não se dá conta do caos à sua volta, porém, o clima que ronda o lugar não é dos melhores pois uma estranha criatura mágica está aparecendo e causando um grande tumulto na vida dos humanos que começam a desconfiar da verdadeira origem desses acontecimentos. E é numa caminhada tranquila que ele se depara com uma mulher colérica discursando para uma pequena multidão que havia bruxos entre eles e que eles eram os responsáveis por todos os males que os afligiam. Sem dar muita importância ao que estava acontecendo, ele tenta se desvencilhar das pessoas que o rodeiam e é em um momento de distração que uma das estranhas criaturas que vivem em sua mala foge.

Sem saber que estava sendo seguido de perto por Porpentina Goldstein (Katherine Waterson), uma funcionária da M.A.C.U.S.A. (Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, em tradução livre) ele adentra um banco e começa a procurar pelo estranho animal que tem um gosto especial por objetos brilhantes. Lá, ele esbarra com Jacob Kowalski (Dan Fogler), um trouxa que está no local em busca de empréstimo para abrir uma padeira e realizar um dos seus maiores sonhos que é parar de trabalhar na indústria de alimentos condimentados e produzir comida caseira e deliciosa. Por um infortúnio do destino, Newt acaba envolvendo o não mágico na sua busca pela criatura e viola uma infinidade de regras impostas pelo Congresso Mágico Americano. Em um ato de coragem, Porpentina intercepta o bruxo e o leva até a sede do mundo mágico deste continente para denunciá-lo, só que desacreditada por todos, acaba embarcando em uma aventura com Newt que pode custar mais do que o seu cargo na M.A.C.U.S.A. pois para encontrar os animais que escaparam misteriosamente da mala do bruxo inglês, ela terá que arriscar a sua própria vida.


Como muitos de vocês devem ter acompanhado nos trailers que foram liberados, essa pequena introdução que fiz não revela muito sobre o que os espectadores poderão encontrar nas mais de duas horas de filme. A profusão de sentimentos que tive foi de tal proporção que demorei muito tempo para ter coragem de vir conversar com vocês sobre este longametragem, mas o que há de essencial para começar a lhes dizer? Bom, acredito que o fato da história ser ambientada nos Estados Unidos por volta da década de 20 torna tudo muito mais charmoso. Nós estamos em um período de evolução da indústria e isso é facilmente percebido através do personagem de Jacob, pois apesar dele ser uma figura extremamente cômica, ele consegue transmitir com precisão as dificuldades vividas por um funcionário de uma fábrica que nada mais é do que um número para os seus chefes.

Mas o que essa época reflete para o mundo da magia? Primeiramente, Harry Potter não existe, tampouco há uma ascensão das trevas no velho continente. O que se sabe é que na Inglaterra está ocorrendo grandes motins liderados por Gerard Grindewald que não aceita que os bruxos se escondam enquanto os humanos vivem livremente na terra. Entretanto, as informações do que está acontecendo na Inglaterra param por aí, até porque o foco central está nas estranhas aparições de um ser dotado de magia que está causando grandes destruições na cidade de Nova York. Ninguém sabe muito bem o que está por trás disso, mas a M.A.C.U.S.A. está empolvorosa com a possibilidade da sociedade mágica ser reveleda. A presidente da época, Seraphine (Carmen Ejogo), teme por uma guerra causada puramente pelo medo do desconhecido e ela está totalmente empenhada em desvendar esse mistério. Por causa dessa pressão e da maneira como o próprio país vive, é possível observar uma maior rigidez nas regras que os bruxos devem respeitar e isso é responsável por grande parte dos problemas vividos pelos nossos protagonistas.


E posso dizer com toda certeza: que aventura maravilhosa que Newt e companhia proporciona! Ele com o seu jeito peculiar, possui tanto carisma quanto Jacob e sua fragilidade humana. É incrível desvendar os segredos dos animais (literalmente) fantásticos que ele cuida. O amor que ele tem por cada uma das vidas que está sob os seus cuidados é algo encantador e que faz com o que o espectador se sinta profundamente tocado. Ainda mais quando os efeitos especiais utilizados no longa proporciona uma experiência tão realista. De verdade, não teve nenhuma criatura que eu desconfiei que não existisse em algum lugar do mundo, pois todos elas foram tão bem retratadas que pareciam quase palpáveis. Sendo totalmente honesta, eu fiquei deslumbrada com cada um desses detalhes. No entanto, apesar de todo o encanto que eu senti ao assistir "Animais Fantásticos e Onde Habitam", devo adverti-los que há um "porém". E este "porém" consiste na trama que ocorre paralela a busca pelos animais que fugiram...

Como falei anteriormente para vocês, há um clima de tensão enorme por causa de um ser mágico não identificado e para realizar a tarefa de solucionar esse mistério, temos o auror Percival Graves (Colin Farrell). Ele que parece ser extremamente leal aos propósitos do Congresso Mágico, logo vai mostrando sutis evidências de que possui interesses pessoais  na causa. A começar por sua estranha relação com Credence (Ezra Miller), um jovem reprimido que vive sob os cuidados de uma fanática religiosa que acredita que bruxos são adoradores do demônio. Pouco se sabe o que ele realmente deseja, mas a medida que se passa seu interesse vai se revelando cada vez mais escuso e o que fica para o espectador é a expectativa de como essa trama vai se conectar com a história de Scamander. Sim, para mim estava muito claro que o fato do Newt amar criaturas estranhas e ser um desconhecido, o transformaria em suspeito número 1 dos aurores com relação ao caso investigado, no entanto, eu não consegui enxergar claramente o papel dele nessa história que o Percival estava metido. E qual foi a minha surpresa quando eles revelaram isso apenas nos minutos finais do longa?


Bem, o choque que eu tive foi enorme, até porque parecia que eu havia atravessado um deserto inteiro para chegar a um ponto que foi revelado de maneira meio morna. Entretanto, não confundam minha crítica a um descontentamento que tenha afetado a minha impressão pelo filme, pois depois de ter tido uma péssima experiência com outro produto lançado do universo mágico de J.K. Rowling (leia-se: "Harry Potter e a Criança Amaldiçoada"), "Animais Fantásticos e Onde Habitam" foi um sopro de esperança que eu tive para continuar acreditando que a magia não acabou junto com as Relíquias da Morte e que sim, é possível expandir ainda mais o mundo criado pelo autora com qualidade e comprometimento com os milhões de fãs que esperam tão ansiosamente cada promessa de novidade acerca dessas criações. E se tem alguém aí do outro lado com medo do que irá encontrar nesse filme, só tenho um recado para você: não há o que temer, vá para o cinema mais próximo e desfrute da experiência de ver um mundo de magia a partir de outra perspectiva.



--- Isabelle Vitorino ---

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