Resenha Especial: As Aventuras de Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões por Alexandre Dumas

Um dos heróis mais dúbios da civilização ocidental e precursor do protótipo “Arqueiro Fatal”, Robin Hood sempre fascinou a diversas civilizações, nos mais diversos períodos. Sendo uma lenda totalmente britânica, passada sempre pelo boca-a-boca de contos orais, vários autores já utilizaram de tempo, tinta e criatividade para relatar sobre as peripécias desse saxão que rouba dos ricos para dar aos pobres. Convido a todos a ingressarem comigo na primeira de duas obras escritas por um dos meus escritores franceses favoritos: Monsieur Dumas!

Título: As Aventuras de Robin Hood – Parte Um: O Príncipe dos Ladrões
Autor: Alexandre Dumas
Editora: Zahar
Páginas: 21 à 252 (472)
Ano: 2014
Onde comprar: Saraiva | Submarino
O clássico Robin Hood encontra sua melhor versão literária no talento inquestionável de Alexandre Dumas. Essa edição reúne pela primeira vez os dois volumes de Alexandre Dumas sobre Robin Hood: O príncipe dos ladrões e O proscrito. Além do texto integral em cuidadosa tradução, traz ainda dezenas de notas, cronologia e uma esclarecedora apresentação. A versão impressa apresenta ainda capa dura e acabamento de luxo. Ambientado na Inglaterra nos séculos XII e XIII, em especial sob o tumultuado reinado de Ricardo Coração de Leão, o livro traz as peripécias do fora da lei e seu bando dos alegres homens da floresta em busca de justiça, igualdade, e também de diversão. Nas matas de Sherwood e Barnsdale, acompanhamos os embates de Robin com o xerife de Nottingham, sua história de amor com Lady Marian e sua parceria com o leal João Pequeno e frei Tuck - tudo isso, e muito mais, na narrativa ágil e mordaz que é marca registrada do autor.

Robin Hood sempre foi um personagem bastante intrigante para mim. E Alexandre Dumas foi o autor que me surpreendeu bastante desde “Os Três Mosqueteiros”, então a junção dos dois logo me trouxe muito interesse nessa obra.

Essa é uma obra póstuma de Alexandre Dumas, lançada em 1872 e traz a impressão do autor sobre esse personagem já tão disseminado e conhecido. É importante a ressalva: Robin Hood não é uma criação original do Dumas. Essa é a impressão do autor sobre esse herói, após pesquisas sobre o mesmo.

A história começa quando, na floresta de Sherwood, em meados de 1162, o guardião da floresta recebe a visita de seu cunhado e um homem de aparência nobre, ambos trazendo um pequeno bebê na viagem. É dito ao guardião que o pai da criança é um velho amigo de armas do fidalgo presente, que faleceu durante uma batalha, pedindo encarecidamente ao amigo q cuidasse de seu filho, pois a mãe havia morrido no partido, tornando a jovem e inocente criança em um órfão. Não tendo como criar a criança em seus domínios, o fidalgo soube, pelo cunhado do guardião, que ele e sua esposa não conseguiam ter filhos e almejavam uma criança. Logo, ambos foram a Sherwood com a proposta de lhes conceder o infante, auxiliando mensalmente com um determinado valor para as despesas da criança, até ele atingir a maior idade.

Gilbert, o guardião, e a esposa, Marguerite, logo se apegam ao bebê, mas o novo pai estranha toda essa história. A situação fica ainda mais anormal no dia seguinte, quando descobre que ambos, seu cunhado e o fidalgo, partiram pouco antes do raiar do dia, sem se despedirem, utilizando os cavalos de sua humilde casa e deixando seus dois alazões de porte régio e que, muito provavelmente, eram caríssimos puros-sangues.

Apesar de toda a situação, eles criam a criança com todo amor e ternura, e eis que essa criança, 16 anos depois, torna-se o jovem e galante Robin Hood. Acompanharemos a partir de então todas as aventuras do aventureiro, que passará de humilde filho de um guarda florestal, a um dos mais procurados homens da Inglaterra.

Os livros de Robin Hood escritos por Dumas são obras póstumas, elas seguem um estilo e trama bastante arthuriano, com ideais de nobreza e bondade sempre expostos ao público. Nesse estilo, ele tem um tipo de narrativa que torna-se bem similar à escrita de Howard Pyle, durante “O Rei Arthur E Os Cavaleiros Da Távola Redonda”, cheio de pequenas aventuras dentro de um curto espaço de trama.

Nesse primeiro livro, vamos conhecer o universo sob a direção de Dumas, nos mostrando um Robin Hood de origem nobre, apesar de lhe ser negado tal privilégio, e todos os mistérios que envolveram seu caminho até as mãos do guardião Gilbert

Como aparenta ser marca registrada do autor, a identidade dúbia de seus heróis sempre se fazem presentes. Aqui temos um jovem galante e justo, que ao mesmo tempo torna-se um proscrito e ladrão. O mesmo equivale a seus companheiros, como Will Scarlet e Grande John.

As personagens femininas são deveras interessantes, pois, mesmo seguindo o padrão romântico da época, sendo consideradas idolatras, sacras e frágeis, sempre dadas a desmaios e uma enorme carga de sofrimento, tem características singulares e são até mesmo bravias, a sua maneira de ser.

Porém, infelizmente, essa primeira parte do livro não me cativou tanto quanto eu pensei que iria me cativar. Não chegou a me cansar como a obra do Howard Pyle, previamente citada, mas também não teve nada de muito extraordinariamente intrigante, como foi minha experiência com “Os Três Mosqueteiros”.

Trata-se de um romance de cavalaria divertido e leve. Uma boa leitura para quem gosta desse tipo de enredo. Veremos como a segunda parte se apresentará.



--- Marcel Elias ---

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