Resenha: Desventuras em Série – O Penúltimo Perigo por Lemony Snicket

Estamos nos encaminhando ao fim desta icônica saga de tragédias e tristezas dos Irmãos Baudelaire. Agora, ainda poucos cientes do que é C.S.C. e com muitas dúvidas pairando, os irmãos se envolvem diretamente nas ações do grupo com um único objetivo: Acabar de fez com as maldades do Conde Olaf!

Título: O Penúltimo Perigo
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 320
Quem, em prantos, seguiu as Desventuras em Série publicadas pela Companhia das Letras, vai chorar ainda mais com o 12o. e último livro antes do último livro da terrível coleção de Lemony Snicket. Nele, os órfãos Baudelaire enfrentam o odioso Conde Olaf no Hotel Desenlace, onde os horrores se sucedem: uma vilã vestida de alface, gente furtiva perambulando no porão, um relógio sinistro, um açucareiro perdido, uma lavanderia com Cerramento Supravernacular Complexo, um tribunal vendado, pessoas nobres e pérfidas no mesmo barco e um final terrivelmente surpreendente. Porém, o que contém o açucareiro, e o que é C.S.C.? Só saberemos, talvez, num igualmente misterioso 13º. volume.

Começando da mesma maneira que terminou o último livro, os irmãos Baudelaire se encontram em um táxi com Kit Snicket. Kit é uma mulher que está grávida e segue com os irmãos rumo ao Hotel Desenlace, um curioso Hotel construído em frente a um lago, projetado com as letras invertidas, para refletir corretamente no lago. Em um breve piquenique, às margens do lago, Kit dá uma missão aos nossos heróis: Vestidos de Concierges, que seria uma espécie de mensageiros do Hotel, eles irão espionar o hotel, pois uma importante reunião de C.S.C. será conduzida no lugar em poucos dias. 

Os irmãos precisam espionar os hóspedes e também mandar algum sinal, caso a reunião seja cancelada. Kit avisa aos irmãos que o hotel é gerenciado por dois irmãos gêmeos, idênticos. Enquanto Frank é tido como o irmão do lado bom da cisão de C.S.C, Ernest é o que está do lado dos vilões, mas, de acordo com ela, apesar de serem idênticos, os irmãos saberão identificar eles assim que os virem.

Partindo então para sua missão, os irmãos começam a trabalhar no hotel, que tem um sistema de organização bastante peculiar. Os irmãos, cada um individualmente, tem seu momento com um dos gerentes, mas nenhum deles soube dizer se estavam diante de Frank ou Ernest. Mas um coisa conseguiram deduzir de suas tarefas: O açucareiro estava vindo ao hotel!

Esse livro é, completamente, o mais cheio de ação e twists de toda a saga! Aqui, muitas peças do complexo quebra-cabeças são encaixadas e a todo instante temos alguma nova informação, ou uma ação acontecendo.

Esse livro vai trazer nostalgia a todos, pois temos praticamente todos os personagens de toda a saga (os vivos, é claro) reunidos neste hotel, que promete trazer emoções a mil!

Aqui passamos a saber mais sobre o caráter dos Baudelaire pais, que aparentemente não eram tão justo e éticos quanto os filhos nos pintavam durante todos os livros da saga, sendo aparentemente capazes de alguns atos maldosos.

Na verdade, uma das críticas mais importantes nesse livro é justamente essa concepção de moralidade, nobreza e inocência. Se pararmos para verificar, ao longo dos livros, os próprios irmãos fizeram atos que podem ser considerados injustos ou imorais, justificando-os como atos necessários para suas sobrevivências. É um tema bem espinhoso que o narrador traz. Eu mesmo me peguei parando para analisar diversas situações da minha vida em que eu achava estar fazendo o certo, mas que, aos olhos de outros, pode ter sido uma coisa injusta.

Com muita confusão, reviravolta, descobertas e diversos personagens antigos de volta, O Penúltimo Perigo é um livro ótimo que organiza muitos pontos soltos na história e com uma dinâmica excelente. Mas não pensem que acaba por aí, pois, o final nos deixa de cabelo em pé, trazendo expectativas astronômicas para o livro final!

P.S: Prestem MUITA atenção a tudo que acontece nesse livro, pois o próprio narrador aparece nele!

“Uma antiga expressão, usada ainda antes da cisão, diz que as pessoas não deveriam ver a criação das leis e das salsichas. Isso faz sentido, pois a criação de salsichas envolve misturas diferentes partes de diferentes animais e moldá-las até que fiquem apresentáveis para o café-da-manhã, e a criação de leis envolve misturar diferentes partes de diferentes ideias e moldá-las até que fiquem apresentáveis para o café-da-manhã, e a maioria das pessoas preferem passar o café-da-manhã comendo comida e lendo jornal sem ter de se expor a criações de absolutamente nenhum tipo.”Pág. 234


--- Marcel Elias---

Postar um comentário

Obrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre.

- Caso tenha uma pergunta deixe seu e-mail abaixo que respondo assim que o comentário for lido.

- Caso sua mensagem não tenha relação com o post, envie para o e-mail.