Resenha: Eu, Robô por Isaac Asimov

Eu nunca fui uma grande leitora de contos, mas estou tentando me inserir nesse universo aos poucos. Para tanto, tenho lido livros com compilações que tenho interesse seja pela temática, seja pelo autor que os escreveu. Desde que li “As Cavernas de Aço” de Isaac Asimov, fiquei ansiando pela oportunidade de ler algo mais dele, por isso quando recebi “Eu, Robô”, não tive dúvidas que mais uma vez iria mergulhar no universo da robótica e descobrir todas as facetas que o autor podia apresentar a respeito das Três Leis da Robótica através desse livro de contos.

Título: Eu, Robô
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Ano: 2014
Páginas: 320
Onde comprar: Saraiva | Submarino
Sensíveis, divertidos e instigantes, os contos de Eu, robô são um marco na história da ficção científica, seja pela introdução das célebres Leis da Robótica, pelos personagens inesquecíveis ou por seu olhar completamente novo a respeito das máquinas. Vivam eles na Terra ou no espaço sideral; sejam domésticos ou especializados, submissos ou rebeldes, meramente mecânicos ou humanizados, os robôs de Asimov conquistaram a cabeça e a alma de gerações de escritores, cineastas e cientistas, sendo até hoje fonte de inspiração de tudo o que lemos e assistimos sobre essas criaturas mecânicas.

“Eu, Robô” reúne nove contos de Isaac Asimov publicados entre os anos de 1940 e 1950, abordando sempre a robótica e suas preciosas Leis, em todos os contos os leitores podem se deslumbrar com a maneira genial com que o autor esmiúça as várias possibilidades de ocorrências que podem acontecer por causa das três Leis que estão inseridas nos cérebros positrônicos dos robôs, ou, pela ausência delas.

Apesar de se tratar de contos, o autor traz personagens recorrentes em algumas histórias. A Dra. Susan Calvin, por exemplo, além de fazer a introdução dos contos, é protagonista de algumas histórias e sempre traz luz à maneira de agir e pensar dos robôs por ser uma psicóloga roboticista. Outros personagens que sempre podemos ter um vislumbre são os especialistas Mike Donovan e Gregory Powell, que além de serem divertidíssimos, possuem uma mente ágil quando o assunto é resolver os problemas de campo.

Ordenados de forma cronológica, as histórias acompanham vários anos da empresa de robótica U.S. Robots & Mechanical Men entre os anos de 1996 e 2052. Por causa dessa organização, os leitores podem observar a evolução dos robôs dentro da empresa, de modo que o que começa com a demonstração das funções de um robô babá, logo vai se transformando em amostras do poder do cérebro positrônico onde os robôs são capazes de fazer coisas extraordinárias, incluindo ter conhecimento sobre física avançada e a capacidade de comandar sozinhos trabalhos que antes precisavam da orientação humana.

Essa evolução acaba se revelando um problema em determinadas histórias, já que os robôs se tornam muito mais propícios a falhas. Em “Razão”, vemos um robô certo de sua superioridade aos humanos e a sua total descrença com relação a sua criação pelas mãos dos homens. Já em “Mentiroso!”, o autor apresenta um robô com a capacidade de ler pensamentos e que causa a maior confusão por acabar manipulando a mente dos envolvidos na investigação. E em “Um Robozinho Sumido”, Asimov mostra um robô que após uma modificação, possui um espírito altruísta o suficiente para colocar todos em risco.

Além dos contos, a edição da editora Aleph ainda traz um bônus escrito pelo autor, onde ele fala um pouco sobre o que há por traz das histórias dos romances de robôs. Dessa forma, os leitores têm a possibilidade de se aprofundar um pouco mais na vida e obra do prolífico autor que foi Isaac Asimov e ter sua imaginação aguçada para ler outros livros que tratem da robótica, e que representam tão bem o gênero da ficção científica. 

Em suma, "Eu, Robô" é um livro perfeito para quem gosta de robôs e uma ótima opção para aqueles que ainda não estão acostumados a ler contos. Por ter a qualidade de uma história de Asimov, as histórias são completas em todos os sentidos e nos deixam sempre com aquela sensação de que em um futuro, talvez não tão, distante, as coisas poderiam ser tão extraordinárias quanto as que o autor propõe nesse livro.

— [...]. Houve um tempo em que o homem enfrentou o universo sozinho e sem amigos.  Agora ele tem criaturas para ajudá-lo; criaturas mais fortes que ele próprio, mais fiéis, mais úteis e totalmente devotadas a ele. A humanidade não está mais sozinha. Pág. 15

--- Isabelle Vitorino ---

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