Resenha: Sedução ao Amanhecer por Lisa Kleypas

Sabe quando um personagem é capaz de fazer você ansiar tanto por uma história até que você não consegue se segurar e se entrega a leitura de um livro? Pois bem, Merripen é esse tipo de personagem e foi e ele o responsável por eu estar aqui hoje, trazendo para vocês a resenha de “Sedução ao Amanhecer”.

Título: Sedução ao Amanhecer
Série: Os Hathaways #2
Autor (a): Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
Ano: 2013
Onde comprar: Saraiva | Submarino
O cigano Kev Merripen é apaixonado pela bela e bem-educada Win Hathaway desde que a família dela o salvou da morte e o acolheu, quando era apenas um menino. Com o tempo, Kev se tornou um homem forte e atraente, mas ainda se recusa a assumir seus sentimentos por medo de que sua origem obscura e seus instintos selvagens prejudiquem a delicada Win. Ela tem a saúde fragilizada desde que contraiu escarlatina, num surto que varreu a cidade. Sua única chance de recuperação é ir à Franca, para um tratamento com o famoso e bem-sucedido Dr. Harrow. Enquanto Win está fora, Kev se dedica a coordenar os trabalhos de reconstrução da propriedade da família, em Hampshire, transformando-se num respeitável administrador, mas também num homem ainda mais contido e severo. Anos depois, Win retorna, restabelecida, mais bonita do que nunca... e acompanhada por seu médico, um cavalheiro sedutor que demonstra um óbvio interesse por ela e desperta o ciúme arrebatado de Kev. Será que Win conseguirá enxergar por baixo da couraça de Kev o homem que um dia conheceu e tanto admirou? E será que o teimoso cigano terá coragem de confrontar um perigoso segredo do passado para não perder a mulher da sua vida?

Win é considerada a bela e frágil irmã Hathaway. Por ter contraída escarlatina no auge de sua beleza e idade, ela nunca poder ser apresentada a sociedade e tão pouco desfrutar dos romances juvenis que seriam próprios da sua idade. É por isso que todos pensam que a evidente atração que ela sente pelo misterioso Kev Merripen, nada mais é do que algo passageiro e que ocorreu por causa da falta de possibilidades que ela teve na vida. Em seu íntimo ela sabe que não é isso, mas não tem como provar nada a ninguém porque a sua debilidade limita até mesmo a demonstração dos seus sentimentos de forma adequada ao próprio Merripen. Mas ela está decidida a mudar isso e resolve fazer um tratamento revolucionário na França afim de se reestabelecer e poder viver de modo pleno. O que ela não esperava era que o tempo que ficaria fora mudaria tantas coisas.

Kev Merripen foi salvo pela família Hathaway e desde então vive para servi-los. Ninguém o considera um empregado, mas ele se coloca nessa posição por não suportar a ideia das pessoas o verem como irmão de Win, a mulher que ele ama desde a primeira vez que a viu. Mas é por amá-la tanto que ele não poderia suportar a ideia de lhe dar menos do que o melhor, por isso ele prefere se manter distante e ser apenas o seu protetor. No entanto, quando ela parte para a França, ele não sabe como lidar com a sua ausência e se torna cada vez mais distante de tudo e de todos. Seu amor por ela era algo tão forte dentro dele que quando ela finalmente volta para a sua vida, ele prefere tentar manter o máximo de distância possível para lhe dar a chance de ser feliz. Ele só não esperava que fosse tão difícil imaginá-la nos braços de outro.


No primeiro livro da série “Os Hathaways”, Lisa Kleypas não me conquistou completamente. Em “Desejos à Meia-Noite” ela conseguiu apenas que eu sentisse um interesse muito forte em desvendar os mistérios por trás da origem de Cam Rohan e Kev Merripen, e me encantar com a fortaleza que Kev demonstrava a todo o momento. A princípio, pode parecer pouco. Mas isso foi o suficiente para que antes de desistir da autora, eu desse mais uma chance para a sua proposta e mergulhasse novamente na cultura cigana e em um amor capaz de superar qualquer coisa.

Narrando o romance de Win e Kev, a autora convida o leitor a vislumbrar sentimentos que parecem impossíveis de serem reais de tão fortes e duradouros que são, mas que nos encantam sobremaneira com a forma que são mostrados. Apesar de por vezes se assemelhar a um enredo de novela mexicana, “Sedução ao Amanhecer” instiga o leitor a prosseguir com a leitura de modo ininterrupto por sua mescla de gêneros que vai desde o drama a mistérios, que mesmo sendo de fácil resolução, nos tira um pouco da intensidade que é acompanhar os encontros e desencontros do casal protagonista.

A respeito deles, posso dizer que minha predileção é toda deles, já que diferente de Cam e Amelia, eles possuem um passado juntos e um futuro que pode estar ameaçado graças a maneira como o próprio Merripen se enxerga. Senão fosse um excepcional flahsback que a autora fez, provavelmente eu não entenderia de onde vinha tanta devoção por parte de ambos, mas ao nos mostrar detalhes desde a chegada de Merripen até a doença que debilitou Win, a tarefa de não ansiar loucamente para que ambos alcancem o seu “felizes para sempre” é simplesmente impossível.

Ainda mais porque tudo isso é mostrado através do ponto de vista do Merripen, um homem que não está em paz com as suas ações no passado e que não se acha bom o suficiente para estar ao lado da mulher que ama. Chegava a ser irritante a maneira como ele se sentia “dono” dela para no minuto seguinte jogá-lo nos braços de outro homem e por isso acabei ficando com muita dó de Win. Ela já tinha sofrido tanto por manter esse amor reprimido em seu coração que vê-la tentar exaustivamente arrancar uma reação do cigano me fez torcer para que ela desse um bom e merecido “gelo”, para que quem sabe assim ele enxergasse as coisas como elas realmente eram.

Diante de todo esse quadro de emoções à flor da pele, passei um tempo muito divertido ao lado da família Hathaway e acabei vendo de outra maneira a série escrita por Lisa Kleypas. Apesar de faltar algo a mais para considerar essa história no nível de outras que são minhas favoritas, ainda assim é uma ótima opção para aqueles que querem uma leitura recheada de romance e com drama o suficiente para não nos deixar desgrudar de suas páginas. Depois de “Sedução ao Amanhecer”, posso dizer com toda sinceridade que estou ansiosíssima para conhecer a história dos demais irmãos e ver quais as peripécias que eles irão aprontar enquanto se apaixonam por alguém misterioso e arrebatador.

– Você disse que eu a colocava num pedestal... lembra?
– Sim.
– Nunca foi assim. Sempre a carreguei dentro do meu coração. Sempre. E pensava que isso teria que ser suficiente. Pág. 175

--- Isabelle Vitorino ---

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