Resenha: P.R.A.T.A – O Assassino Relutante por Eoin Colfer
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Com uma proposta diferente do que se vê comumente em livros
infantojuvenis o autor Eoin Colfer trouxe para a sua história uma ficção
científica que surpreende o leitor com um enredo que transita pelo gênero
policial e histórico. Por isso se você gosta de um desses temas, não deixe de
conferir essa resenha.
Série: P.R.A.T.A
Autor: Eoin Colfer
Editora: Galera Record
Páginas: 352
Ano: 2014
Chevie, 16 anos, era agente mirim do FBI até esse programa sair um pouco do controle. Trabalhando agora para Programa de RelocAção de Testemunhas Anônimas, enquanto a poeira do seu fracasso abaixa, ela acha que tudo o que precisa fazer é ficar de olho o dia todo numa máquina do tempo esquisita. Mas tédio é o que menos ela consegue quando, junto ao infeliz Riley, precisa fugir de um assassino em série da era vitoriana que os persegue através das épocas.
Chevron Savana é uma garota de dezessete anos que foi selecionado para
fazer do programa P.R.A.T.A do FBI e por isso é uma das agentes especiais
mais jovens que os Estados Unidos tem sob o seu comando. Comprometida com a
causa, ela se envolveu em um escândalo que quase a relegou ao status de “aposentada”.
Quase, porque graças ao seu comprometimento ela recebeu uma segunda chance e foi
mandada para Londres a fim de esperar os ânimos se acalmarem. Ela só não sabia que
a terra da Rainha reservava tantos perigos para ela e que o FBI possuía tantos segredos.
Riley é um pobre garoto órfão da era Vitoriana que está sob o julgo do
mágico e serial killer Garrick. Sem ter escapatória, ele está sendo treinado
para ajudar o assassino a cometer crimes mesmo que isso vá contra todos os seus
princípios. Mas quando ele é finalmente posto à prova, algo extraordinário
acontece: a vítima aciona um dispositivo e o envia para a Londres do futuro. Ele
não entende o que está acontecendo, a única coisa que ele sabe é que está em
uma espécie de porão sendo retido por uma garota muito brava. A arma que ela
tinha em mãos deixaria qualquer um com medo, mas a possibilidade que o terrível
Garrick pudesse ir atrás dele era a única coisa que ele tinha em mente antes de
ser detido pela jovem agente.
Há algum tempo eu tive o meu primeiro contato com a escrita de Eoin
Colfer e me encantei com a sua maneira de me inserir a um universo completamente
diferente ao que estava acostumada através de um enredo de ficção científica.
Em “O Assassino Relutante” eu já esperava encontrar uma história pautada nesse
gênero e ter a mesma relutância inicial em acreditar naquilo que o autor
escreveu como aconteceu quando li “Colin Cosmo e Os Supernaturalistas”. Mas dessa vez percebi
que fiquei muito mais relutante com o seu livro por uma simples questão: a fase
introdutória do seu livro parecia não ter mais fim.
Esse aspecto me fez postergar tanto a leitura que passei dias e dias
para alcançar a metade do livro e não conseguia nem me entrosar com a história,
nem simpatizar com a protagonista. Ainda mais porque são mais de 150 páginas
para narrar um curto período de tempo em que as reviravoltas são poucas,
previsíveis e os diálogos pareciam forçados demais para me fazer ansiar por
continuar lendo. Confesso que pensei em desistir da leitura, mas aí o Eoin
Colfer fez algo que eu não iria ter paz senão conferisse: ele mandou seus
personagens para uma Londres Vitoriana em que tudo era possível acontecer.
E aconteceu, meus caros. Trazendo uma segunda parte de tirar o fôlego
para a sua história, o autor teve uma sacada sensacional ao colocar Chevie para
vivenciar as situações inimagináveis que os agentes que a antecederam tiveram
que viver. Principalmente porque ela estava sendo perseguido pelo personagem
mais louco que eu encontrei em um livro infantojuvenil. Sendo de longe um dos
melhores vilões que acompanhei, Garrick é sádico, egocêntrico, inteligente,
apaixonado e teve um embate até com o temível Jack, o Estripador. Cada trecho
narrado por ele conseguia ser tão interessante que por vezes eu ansiava mais por ver o seu ponto de vista da história do que o dos mocinhos.
O que não quer dizer que Riley não tenha me encantado, porque com traços
do homem que o criou, as únicas coisas que o diferenciavam de Garrick era sua
bondade e o fato dele não possuir a sede de sangue do mágico. O que o tornava
um rival poderoso e capaz de derrotar o assassino. Sem contar que o seu
jeitinho de garoto do passado, era tão contagiante que era impossível não
torcer por ele. Infelizmente não consegui gostar de Chevie. Toda a sua história
me pareceu muito forçada e em nenhum momento ela me convenceu. O lado positivo
é que como sua história segue em conjunto com a de Riley, pude vê-la em ação
sem ter que ver muito do seu ponto de vista.
O que quero dizer com todas essas descrições e sentimentos? Que “O
Assassino Relutante” tem pontos negativos e positivos muito bem definidos.
Nesse sentido, o autor deixou muito a critério dos gostos pessoais do leitor a
identificação com a sua história. No meu caso, a balança ficou equilibrada, o
que pendeu para o lado positivo foi a maneira genial com a qual o autor me surpreendeu
quando eu achei que tudo estava perdido. Por isso se você gosta de ficção científica, viagens no tempo, assassinatos em série e anseia por ver um outro lado de Londres, dê uma chance ao primeiro livro da série P.R.A.T.A. Você pode até não gostar de tudo, mas tenho certeza que ao menos irá se divertir com a história de Eoin Colfer.
Vida e morte são as duas extremidades da mesma viagem. Pág. 147
Playlist:
--- Isabelle Vitorino ---
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