Resenha: Belo Casamento por Jamie McGuire

Que "Belo Desastre" é um verdadeiro sucesso editorial ninguém pode negar. No entanto, ninguém pode negar também que os personagens criados por McGuire são problemáticos e na maior parte do tempo agem movidos por um sentimento de puro egoísmo. Em "Belo Casamento" as falhas, medos e anseios de Abby e Travis são mais uma vez dissecados para o leitor através de uma trama bastante polêmica (apesar do pouco número de páginas do livro) e que me deixou bastante incomodada.

Título: Belo Casamento
Série: Belo Desastre #2.5
Autor (a): Jamie McGuire
Editora: Verus
Páginas: 126
Ano: 2014
Onde comprar: Saraiva | Submarino
A louca e viciante história de amor de Travis e Abby foi narrada por ela em Belo desastre e por ele em Desastre iminente. Como num conto de fadas moderno, sabemos que eles se casaram e foram felizes para sempre... mas quanto realmente conhecemos dessa história? Por que Abby fez o pedido de casamento? Que confidências eles trocaram antes da cerimônia? Onde passaram a noite de núpcias? Quem sabia que eles iam se casar e guardou segredo? Todos os detalhes sobre o casamento de Travis e Abby eram secretos... até agora. Os fãs do casal mais quente da literatura terão todas as suas perguntas respondidas nesta história vertiginosa sobre o dia (e a noite...) do casamento de Travis e Abby — e o melhor, contada pelo ponto de vista dos dois!


Abby e Travis estão juntos pra valer. Mas até chegarem ao momento de dizerem sim uma para o outro as coisas foram completamente assustadoras. Ainda mais depois de encararem uma situação de risco evidente em que ambos temeram perder tudo aquilo que construíram juntos. E é por ter medo das consequências desse evento que Abby toma uma atitude impulsiva e leva Travis para Las Vegas. De volta ao lugar que um dia quase os destruiu, Travis passa a desconfiar das intenções da mulher que ele ama, ao mesmo tempo, em que ela tenta protegê-lo de algo que talvez nem ele saiba que está o ameaçando. E é nesse jogo de sentimentos que a confiança que eles tem na relação é posta à prova até mesmo quando estão diante do altar prestes a jurar amor e fidelidade eterna.

Quando eu iniciei a leitura de “Belo Casamento” eu não tinha nenhuma expectativa, já que passado um pouco do frisson em torno do personagem Travis Maddox e do seu romance com Abby, a curiosidade que eu tinha para entender mais a relação que a autora trabalhou em torno deles foi se desvanecendo. Ainda mais por já fazer algum tempo desde que li “Belo Desastre”. Mas só bastou eu ler o primeiro capítulo para me ver mais uma vez as voltas com o mundo louco desse casal.  No entanto se antes eu tinha mais tolerância com relação aos dois, nessa leitura revirei os olhos uma e outra vez com a maneira um tanto doentia que ambos tem de ver e encarar as coisas. 

E olha, quando eu digo isso, pouco tem a ver com o psicológico totalmente conturbado da Travis e com a maneira manipuladora que a Abby tem de agir. O que me incomodou mesmo foi o modo como a autora colocou o amor acima do bem e do mal para dar um toque de drama na trama e explicar o porquê alguém casa com uma pessoa que conheceu há apenas seis meses. Não vou sequer entrar na questão de idade, porque eu acho que mesmo que se tenha dezesseis anos de idade, se o casal está disposto a tentar um relacionamento mais sério, nada impede que isso dê certo se ambos tiverem maturidade suficiente para levar essa relação em frente. 

O que me irritou mesmo foi a autora usar o casamento como subterfúgio para livrar o Travis de um crime. Mas mais do que isso. Era simplesmente absurdo acompanhar a Abby justificando as suas atitudes e decisões através de argumentos insanos. Como, por exemplo, dizer que o Travis (que estava na organização do evento que matou várias pessoas por ter sido realizado em local inapropriado), tinha tanta culpa quanto quem tinha escolhido ir até aquele local. Espera aí, como alguém pode culpar pessoas que morreram queimadas e/ou intoxicadas apenas para isentar um cara problemático de um erro – que sim – ele cometeu? Sinceramente essa foi a gota d’água para mim. 

Depois de ler esse tipo de frase não consegui sequer me divertir com o livro, pois tudo o que os dois construíram depois desse casamento foi em cima da impunidade de alguém que tinha que pagar por suas imprudências. E é por essas e outras que cada vez mais acho que já tive a minha cota de romances new adult. No dia em que encontrar uma história em que a autora consiga trabalhar com personagens dúbios, mas em prol do crescimento deles, provavelmente darei uma chance ao livro, já que é isso que busco nesse tipo de trama. Porém, por agora só quero esquecer essa leitura e tentar não me incomodar com o fato de que muitas pessoas que leem esse tipo de história passam a enxergar essas falhas de caráter como algo normal e rotineiro.

Meu desejo para vocês é que a maior briga que tenham seja em relação a qual dos dois é mais capaz de perdoar. Pág. 63

Playlist:


--- Isabelle Vitorino ---

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