Resenha: Flash Forward por Robert J. Sawyer

“Flash Forward” não é nada mais, nada menos que uma história grandiosa. Tanto, que foi a partir dela que o canal americano ABC produziu a série homônima protagonizada por Joseph Fiennes e que fez bastante sucesso entre o público aficionado por ficção científica quando foi lançada em 2009. As razões para tanto? Vocês poderão conferir na resenha de hoje!

Título: Flash Forward
Autor: Robert J. Sawyer
Editora: Galera Record
Páginas: 384
Ano: 2014
Onde comprar: Saraiva
O que faria se tivesse um vislumbre trágico do seu próprio futuro? Tentaria mudar as coisas, ou aceitaria que o futuro é imutável? Em Flashforward - Presságio do Futuro, é iniciada uma experiência científica que conduz ao inesperado: o mundo inteiro cai inconsciente por instantes e todas as mentes são projetadas vinte anos no futuro. Quando a humanidade desperta, o caos impera por todo o lado: carros arruinados, cirurgias falhadas, quedas, destruição em massa e um elevado número de mortes. Mas esse é apenas o início. Passado o choque das visões, cada indivíduo tenta desesperadamente evitar ou assegurar o seu próprio futuro vislumbrado…


Lloyd e Theo são físicos ambiciosos e que estão em busca da imortalidade através da conquista do prêmio Nobel de Física. Para tanto, eles buscam incansavelmente reproduzir o bóson de Higgs (conhecida como a partícula de Deus) através do Grande Colisor de Hádrons localizado no CERN na cidade de Genebra. Empresários do mundo todo investiram milhões nesse experimento e as expectativas para a sua realização eram as melhores possíveis, no entanto quando o acelerador de partículas foi ativado naquele dia 21 de abril de 2009 às 17:00 horas, algo que ninguém esperava aconteceu: toda a humanidade pôde ter um vislumbre do seu próprio futuro.

Mas não foi só isso, por pouco mais de dois minutos a terra parou e a inteligência humana sofreu uma interrupção que resultou em uma sucessão de desastres sem precedentes e que deixou um rastro de mortes e dúvidas por todo o mundo. Agora, com muitas perguntas sem respostas, e com seus próprios problemas para enfrentar, Lloyd e Theo se tornam protagonistas de uma jornada onde os confrontos internos se tornam tão importantes quanto o caos que domina a população mundial e que ameaça colocar um fim na maneira de viver que todos conheciam até então.

“Flash Forward” foi uma leitura intensa e nenhum pouco fácil para mim. Escrevendo assim, sei que soa como se eu não tivesse gostado muito da experiência, mas a verdade é que mais do que gostar, eu me apaixonei pela trama de Robert J. Sawyer de mais maneiras do que eu sou capaz de definir em uma simples resenha. O motivo para tanto é que ele conseguiu transformar a minha relação com o seu livro em algo único, já que dando ênfase a ciência e as relações (e contradições) humanas, a sua história compõe o retrato perfeito da sociedade atual e de todas as suas expectativas com relação ao por vir.

O modo que ele trabalha isso é tal, que sua proposta “inusitada” se torna algo quase palpável se pensarmos nas pesquisas científicas que já podem ser observadas na atualidade e que de alguma forma dão suporte aos argumentos utilizados por ele durante o decorrer da narrativa. Ainda mais quando sabemos que as “previsões” do autor não podiam estar mais certas, visto que em 2012 o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) anunciou a descoberta do bóson de Higgs e em 2013 os teóricos François Englert e Peter Higgs ganharam o Nobel de Física após quase 50 anos de debates sobre a existência da denominada partícula de Deus.

Coincidências (ou não) à parte, Sawyer foi muito feliz nas abordagens que fez durante o livro, pois por mais que a ciência tenha destaque, em nenhum momento ele a coloca em um pedestal, muito menos subjuga os sentimentos humanos. Com relação a esse ponto, ele se prova ainda mais admirável por pontuar todas as nuances da mente humana mostrando que independente daquilo que se acredita, todos estão sujeitos a serem vítimas de fatalidades e receios. Tanto que atitudes que são consideradas simples, acabam se tornando o ponto chave para entendermos o porquê de certas coisas serem como são.

Considerando todo esse panorama, tenho que acrescentar que o livro pode não agradar a um público muito jovem por seu conteúdo mais adulto. No entanto, independente da idade, se o leitor gostar de ciência e um pouco de filosofia, encontrará em “Flash Forward” uma fonte inesgotável de questionamentos nessas áreas. Principalmente porque os personagens que compõe essa história são levados a situações limites que cobram deles uma atitude mais enérgica se quiserem assegurar o futuro que eles desejam para si, assim como nós fazemos durante todos os dias de nossas vidas mesmo sem termos presenciado um “salto” do espaço-tempo que nos indicasse qual o melhor caminho a seguir. Em suma, um livro inspirador.

Os dias e as semanas passam com facilidade; a pessoa não nota que a vida não está seguindo adiante, não está progredindo, não está se tornando o que ela sempre sonhou que se tornaria. Pág. 225

--- Isabelle Vitorino ---

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