Resenha: As Regras da Sedução por Madeline Hunter

Madeline Hunter é uma conhecida escritora de romances, cujo prazer de ler suas histórias eu ainda não tinha tido até ter em mãos “As Regras da Sedução”. Entretanto, só bastou eu iniciar a leitura para perceber o porquê de tantos leitores terem sido rendidos pelas suas tramas e para ansiar por ter contato com outras obras suas que me tirassem (ou comprovassem) certas impressões que essa leitura deixou em mim.

Título: As Regras da Sedução
Série: Rothwell Brothers #1
Autor (a): Madeline Hunter
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2013
Onde comprar: Saraiva | Submarino
Lorde Hayden Rothwell chega à casa de Alexia Welbourne sem aviso e sem ser convidado – um homem poderoso e sedutor, movido por interesses obscuros. Sua visita anuncia a ruína financeira da família de Alexia e o fim das esperanças da jovem de um dia conseguir um bom casamento. Para se sustentar, a moça recebe a proposta de ser dama de companhia de Lady Henrietta Wallingford e preceptora de sua filha. O problema é que a oferta vem do sobrinho de Henrietta, ninguém menos que lorde Hayden. Morando na casa da tia de Rothwell, Alexia descobre que a proximidade com o homem que destruiu sua família pode ser perigosamente irresistível. Num gesto impensado, ela se entrega a ele, e ambos se veem obrigados a se casar. O que Alexia não sabe é que os atos aparentemente arrogantes de seu belo e sensual marido são motivados por uma dívida de honra que pode levá-lo a sacrificar tudo. Com tantas mágoas e segredos entre eles, o casal tem tudo para se manter afastado. Mas Hayden é um homem apaixonante e Alexia, a tentação que o faz perder a cabeça. Morando sob o mesmo teto, eles acabam se aproximando e, juntos, vão descobrir um jogo de sedução em que cada um faz as próprias regras.

Alexia desde muito jovem teve que conhecer os infortúnios da vida de uma mulher solteira, falida e órfã. Morando de favor na casa dos seus primos, ela sabe que nada mais será igual depois que o seu doce Benjamin partiu e por isso se esforça ao máximo para não ser um empecilho na da vida de seus nobres primos. Extremamente leal a família Longworth, ela não se importa por ter pouco mais do que uma criada da casa e faz todo o possível para ajudá-los sem jamais reclamar da sua condição. Pelo contrário, quando o esnobe lorde Hayden Rothwell adentra a casa, ela toma para si a tarefa de lidar com ele mesmo que isso se mostre ser um uso odioso do seu tempo.

Hayden sabia que as coisas não seriam nada fáceis após ele dar a notícia que o seu senso de responsabilidade lhe incumbira. Mas como o cavalheiro que era, ele faria o que tinha que ser feito e assumiria o ódio injustificado que as mulheres Longworths nutririam por ele a partir desse dia. No entanto, ao conhecer a prima pobre da família, ele é tomado por um forte desejo de ajudá-la mesmo sabendo que ela o acha vil e desprezível. Mas aquilo que começa como uma ajuda a alguém que está em uma situação complicada, logo se transforma em um interesse correspondido, que pode trazer ou o amor, ou a ruína, para ambos os envolvidos.

Um romance histórico é irresistível tal como o aconchego dos cobertores em um dia frio. Entretanto, quando é escrito de maneira tão apaixonante e envolvente quanto “As Regras da Sedução”, é como se uma boa xícara de chocolate quente fosse adicionada a esse delicioso cenário. E eu não estaria mentindo se dissesse que foi exatamente assim que vi a mistura que a autora Madeline Hunter fez em sua narrativa, pois foi unindo vários itens encantadores que ela me deixou cativa desde a primeira página lida. Ainda mais porque ela foi além do romance e inseriu um pequeno – mas muito interessante – mistério, que apesar de não ser muito complexo, forneceu um diferencial gostoso à trama.

No entanto, foi com relação aos seus personagens que me vi diante de um verdadeiro impasse. Afinal, eu deveria ou não deveria odiar alguém que estava alheio a realidade dos fatos? Pergunto isso porque mesmo sabendo que Alexia tinha muitos motivos para ser receosa, ela conseguiu me deixar profundamente irritada com as suas atitudes extremas de quem leva todas as suas emoções ao limite por causa de uma falsa impressão que ela preferia cultivar em detrimento a uma verdade que poderia lhe machucar. De verdade, foram tantas as indignações que ela me causou que me vi desejando que o Hayden não levasse tão a sério o sentimento de lealdade que ele nutria por alguém que não merecia sequer a sua consideração para que assim parasse de tentar ajudar de modo significativo a Alexia.

Em defesa da história, admito que mesmo diante de um quadro tão complicado para eu aceitar, ainda assim desfrutei da história e da maneira elegante que a autora descreveu certas cenas e situações sem deixar o leitor constrangido. Digo isso principalmente no que se refere às descrições de cenas sensuais, pois foi com muita delicadeza que ela construiu uma magia em torno do casal que me emocionou sem precisar apelar para uma sexualidade exacerbada. Senão fosse esse cuidado que ela teve, provavelmente eu teria tido ainda mais dificuldade em aceitar o evidente amor do Hayden pela Alexia e a evidente recusa de sentimentos por parte dela. 

Confesso que até certo ponto foi interessante observar o jogo de gato e rato deles, mas depois me cansei um bocado. Ainda bem que tive o Hayden e a escrita da autora para me manter sob certo encanto, porque se fosse depender apenas da Alexia as coisas seriam bem difíceis... Além disso, por uma infelicidade de escolhas a autora cometeu mais um deslize que me deixou um tanto receosa com relação aos seus demais livros: ela levou a sua narrativa até o ápice do clímax através do desdobramento do mistério inicial para então fornecer um final irrisório de tão morno que foi. 

Eu realmente não entendi qual foi o ponto que ela quis passar com a resolução do caso que eu tanto ansiei por ver finalizado, mas uma coisa é certa, ela tinha tantas possibilidades maravilhosas em mãos que foi com muita surpresa e decepção que eu tive que aceitar que os vilões da sua história não teriam as merecidas punições só porque isso iria satisfazer a protagonista. Diante disso só posso dizer que mesmo tendo pontos deliciosos na história, a autora errou feio em determinados trechos que tiraram um pouco do brilho do livro. Tanto, que nem mesmo a sua escrita majestosa me impediu de ter receio do que vou encontrar nos próximos livros da série Rothwell Brothers.

A pior coisa no amor era que não oferecia certezas absolutas, nem mesmo quanto à sua duração. Pág. 257

--- Isabelle Vitorino  ---

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