Resenha: Aprendendo a Seduzir por Patricia Cabot

Sou o tipo de leitora que quando se apaixona por uma história, sempre dá um jeito de estar em contato com personagens queridos e tramas deliciosas uma e outra vez. “Aprendendo a Seduzir”, por exemplo, foi um dos primeiros romances que a Meg Cabot escreveu sob um pseudônimo que eu li. Leve, despretensioso e bem humorado, logo o enredo me conquistou. Por isso quando tive oportunidade de relê-lo não hesitei e iniciei a leitura com um sorriso no rosto. E agora, passados poucos dias desde que eu virei a última página do livro, eu estou aqui para escrever sobre as minhas segundas impressões sobre essa história pra vocês. Vamos lá?

Título: Aprendendo a Seduzir
Autor (a): Patricia Cabot
Editora: Essência
Páginas: 368
Ano: 2012
Onde comprar: Saraiva | Submarino
Que mulher não se apaixonaria por Hurst Slater, o charmoso e galante marquês de Winchilsea? Lady Caroline Linford sabia que não poderia ter um noivo melhor. Ela o amava; ele o amava. Pelo menos, era o que achava até pegá-lo com outra mulher. Em vez de fazer um escândalo e sair chorando, como fariam as mocinhas de seus romances preferidos, Caroline toma outra atitude: procura um professor que lhe ensine tudo o que uma mulher deve fazer para deixar um homem perdidamente apaixonado. Mas, durante as aulas, a jovem fará uma descoberta muito mais impactante do que a do flagrante. Caroline descobrirá o verdadeiro amor.

Caroline é uma dama com todos os requisitos necessários para ser a esposa perfeita do marquês de Winchilsea. Com uma beleza delicada, inteligente sem ser impertinente e dona de um bom dote, no fundo do seu coração ela sabia que mesmo que não fosse o ideal de Hurst Slater, ela iria fazer o máximo para se tornar. Principalmente porque era a ele que ela devia a vida do seu irmão e nenhum esforço para agradá-lo seria insuportável demais para que ela não tentasse incansavelmente ser digna dele. No entanto, quando ela o flagra em uma posição muito comprometedora com outra mulher, ela não sabe o que fazer. Diferente de outras mulheres, ela não invadiu a sala e exigiu explicações, muito menos saiu correndo e chorando por aí. Ela apenas fechou a porta com cuidado e caminhou até um lugar onde pudesse pensar melhor na situação que acabara de presenciar.

Ela não sabia quanto tempo tinha ficado sentada naquele degrau solitário, mas passos pesados soaram pelo corredor e ela teve sua tranquilidade interrompida. Para a sua surpresa, o homem que logo se apresentou não era ninguém menos do que o noivo da mulher que estava com o seu próprio noivo fazendo coisas que ela sequer imaginava. Prevendo a tragédia que se sucederia se ela não intervisse, ela dá o máximo de si para distrair aquele homem de aparência e reputação perigosa. Contudo, diferente daquilo que ela imaginava, ele até que era agradável. Ela só não podia aproveitar muito de sua companhia porque estava com muito medo de que algo ainda pior acontecesse. No entanto, logo depois do desfecho tenso dessa noite estranha, ela teve encarar a dura realidade de que não era boa o bastante para Slater – afinal, ele tinha uma amante. Decidida a resolver esse problema a qualquer custo, ela procura a única pessoa que poderia ensiná-la a arte da sedução: o Lotário de Londres. Mais conhecido com Braden Granville, o noivo de sua rival.

Romances históricos sempre me fazem suspirar. Eles são o meu fraco literário e por mais que eu tente, não consigo deixar de ficar com os olhinhos brilhando diante de todos os costumes de época e do modo engenhoso como os casais apaixonados encontravam para poder viver livremente seu amor. Pode ser uma utopia? É claro. Principalmente se levarmos em consideração o pensamento e a postura da sociedade dos séculos anteriores ao nosso. Ainda assim, isso não me impede de me apaixonar por essas histórias e de ler e reler os meus “contos de fadas” favoritos sempre que posso. Esse livro em especial, se tornou um dos meus prediletos por trazer uma história que além de ser recheada de romance, traz situações tão divertidas que é impossível desgrudar do livro até a última página chegar. Acredito que nesse ponto, Cabot não poderia ter sido mais feliz. Principalmente porque ao optar dar ênfase na ingenuidade da protagonista associada as suas descobertas, ela conseguiu dar leveza e encanto ao seu enredo aparentemente singelo.

Narrado em terceira pessoa, a autora alterna os pontos de vistas frequentemente no decorrer da narrativa. Contudo, ela mantém maior foco em Caroline e é através dos olhos e pensamentos dela que notamos como a realidade dos fatos há alguns séculos era algo praticamente inalcançável e como o volume da fortuna definia o destino e a aceitação social de uma pessoa. No caso da nossa protagonista, ela está dividida entre aquilo que ela e sua família acreditam ser o certo a se fazer e o que ela realmente quer. Ambas as situações são muito importantes e a indecisão toma conta dela de modo que ela passa a agir por impulso e esconder as suas escolhas de sua família. Ainda mais porque ela tem plena consciência do quanto todos a repudiariam se soubessem de sua relação nada inocente com o famoso Granville. Sua decisão poderia ser mais fácil se o seu objeto de interesse não fosse um homem com má fama adquirida através dos seus – nada secretos – talentos sexuais e se ele não fosse tão massacrado pela alta sociedade por não ter nenhum título nobre. E mesmo que não queira pensar que deixou ser difamado sem nunca desmentir, Granville sabe como tudo que falam sobre ele confunde a cabeça de Caroline e está disposto a fazer de tudo para que ela veja que ele a ama de verdade.

É nesse clima de confusão mental e de muitas escolhas a serem feitas, que Cabot conduz seus personagens a um amor que nasce aos poucos e que se torna especial por ambos aceitarem tão bem as falhas um do outro mesmo quando parece que a vida como eles conhecem está prestes a ruir. Recheado de cenas mais quentes, a autora acertou o tom ao não vulgarizar a relação estabelecida entre Caroline e Branden e ainda assim, atender aos desejos das mentes dos leitores que gostam de uma leitura hot. Com reviravoltas previsíveis, mas muito divertidas, “Aprendendo a Seduzir” conquista o leitor por reservar uma boa e instigante história de amor escondida em um enredo simples. Perfeito para ser lido em momentos que o leitor deseja uma leitura mais leve, esse livro certamente conquistará os corações daqueles que sabem apreciar as reviravoltas que o destino reserva para todos nós. Certamente, uma leitura que eu recomendo para os fãs de romance, seja ele histórico ou não.

Ele ainda não havia se recuperado do choque e não conseguia tirar os olhos dela. Nem podia deixá-la ir. Não agora. Talvez nunca. Pág. 253

--- Isabelle Vitorino ---

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