Resenha: Jogador Nº 1 por Ernest Cline

Eu já tinha alguma noção do que poderia esperar de ‘Jogador Nº 1’, mas eu não poderia supor que ali, em meio àquelas páginas, eu fosse encontrar o maior devaneio dos adoradores da realidade virtual concretizado. E é por isso que digo: geeks, nerds, gamers e amantes dos anos 80 de plantão, esse livro é para vocês!

Título: Jogador Nº 1
Autor: Ernest Cline
Editora: Leya
Páginas: 464
Ano: 2012
Cinco estranhos e uma coisa em comum: a caça ao tesouro. Achar as pistas nesta guerra definirá o destino da humanidade. Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada Oasis. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna. Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria em Oasis. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada. De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época que o mundo era um bom lugar para viver. Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência. A vida, os perigos, e o amor agora estão mais reais do que nunca.

O ano é 2044 e o planeta Terra está em completa recessão. Com os recursos naturais esgotados, a população vive em um completo caos e a pobreza e destruição já fazem parte do cenário mundial. Contudo, há algo capaz de diminuir essa sensação de miséria: o Oasis. Idealizado por James Halliday, essa realidade virtual permite aos seus jogadores uma vida online onde tudo é possível, incluindo ir à escola, visitar a maior biblioteca do mundo, explorar outros planetas e interagir com outros jogadores. Tudo isso já bastava para Wade Watts, já que só isso era suficiente para que ele escapasse da sua cruel realidade, porém Halliday morre e lança um desafio para todos os jogadores do Oasis: encontre três chaves, atravesse três portais, pegue o ovo e herde toda a fortuna deixada por ele.

Entretanto, as coisas não seriam nada fáceis, pois após cinco anos desde o lançamento da ‘Caça ao Ovo’, os autoproclamados caça-ovos nunca desvendaram sequer uma pista a respeito da localização da Chave de Jade e o concurso já havia se tornado lenda. Porém, Wade nunca desistiu de continuar a busca e acabou se tornando um estudioso de Halliday e de tudo o que dizia respeito ao Oasis. Ele só não esperava que suas buscas fossem resultar em algo e que ele seria o primeiro jogador a encontrar a primeira chave. E é após alcançar fama mundial com seu feito que Wate se vê encurralado pela IOI, uma empresa que quer obter o controle total do Oasis e que não vai medir esforços para conseguir o que quer, nem mesmo que isso signifique matar alguém, como Wade, no mundo real.

Por tudo o que eu já tinha lido sobre ‘Jogador Nº1’ eu sabia que o autor Ernest Cline havia escrito um livro muito audacioso. Isso me deixou receosa e com expectativas na mesma proporção. Contudo, já nas primeiras páginas eu fui me sentindo à vontade naquele universo paralelo e logo me vi não só em um futuro que estava em completo caos, como também, em uma realidade virtual que me proporcionava também alguns vislumbres dos anos 80 que eu nunca cheguei a conhecer de fato. Esse conjunto poderia ter sido desastroso se o autor não tivesse uma narrativa tão viciante e personagens com tamanho carisma.


Wade – ou Parzival no Oasis –, por exemplo, é daqueles protagonistas que todos nós adoramos acompanhar, pois além de ter características que o tornam mais palpável e mais semelhante a maioria dos leitores, ele é um nerd de primeira linha. Além disso, a sua falta de habilidade social e o modo como ele foge da realidade, o torna parecido a outro personagem espetacular da trama: o James Halliday. Esse personagem em especial, me chamou muito a atenção, porque apesar dele ter morrido antes mesmo da história começar, é uma das figuras mais presentes no enredo e boa parte do livro gira em torno dele e de sua vida. O que não quer dizer que a trama foque apenas neles, já que o autor também nos apresenta a personagens como Artemis – que não é apenas inteligente, como também, a garota dos sonhos do Wade – e Aech – o melhor amigo do nosso protagonista e o mais engraçado também. 

Mas como nem só de mocinhos sobrevive uma história, vemos o vilão de ‘Jogador Nº1’ tomar forma na pele de Sorrento, um homem sem escrúpulos que comanda a divisão responsável pela Caça ao Ovo da empresa IOI e que é capaz de qualquer coisa para conseguir alcançar seu objetivo. Não que o Wade fosse permitir, já que mesmo correndo um grande perigo de vida, ele decide que quer fazer algo mais de sua vida e se empenha para derrotar o inimigo que não era apenas seu, mas sim de todos os jogadores Oasis. E é em meio a batalhas épicas, referências ao Dungeons & Dragons, John Hughes, Ultraman, Atari, Rush e tudo mais que fez da década de 80 – uma queridinha de todos aqueles que puderam vivê-la –, que Wade se dá conta que será preciso muito mais que vontade e coragem para se tornar o jogador nº 1. Em suma: espetacular!



Senti medo durante toda a minha vida. Até eu saber que estava terminando. Foi quando eu percebi que, por mais assustadora e dolorosa que a realidade possa ser, é também o único lugar onde se pode encontrar felicidade de verdade. Porque a realidade é real. Entendeu? Pág. 451

Playlist:


--- Isabelle Vitorino ---

2 comments

aninha 10 de setembro de 2013 às 18:59

como é que não conhecia esse livro? o__O adorei a sinopse e a resenha
está show! pra começar essa capa. simples e tudo a ver com o livro! já me apaixonei pelos personagens, Wade mesmo tendo tudo pra cair no clichê, (nerd, inteligente demais, meio retraído) ele me pareceu um cara determinado. diferente de O Torreão, já achei todos personagens carismáticos e marcantes. é por causa de livros assim, que minha 'aversão' a distopias, está acabando. vou já marcar no meu skoob ^^

Mundo dos Livros 11 de setembro de 2013 às 15:39

Eu fiquei me perguntando: "Como não li antes?" E a resposta foi: "Porque você foi boba!". Sério Aninha, esse foi um dos melhores livros que li no ano e fico feliz que tenha conseguido passar isso para a resenha. Sim, os personagens são os melhores! O grupinho do Wade é muito divertido e apesar do livro ser praticamente todo narrado por ele, isso não o deixa monótono e eu estava em uma leitura quase frenética. Como você já sabe, não tenho aversão nenhuma a distopias, pelo contrário, cada título (bem escolhido, claro) lido, eu só confirmo minha predição pelo gênero. Por isso posso dizer pra você sem medo de que você vai ficar chateada comigo depois: Ó, esse livro vale muito a pena ser lido, viu? -rsrs-
Beijos!

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